O setor de construção civil gerou 211 mil vagas de trabalho no País em 2011 (saldo resultante das contratações e demissões), de acordo com dados divulgados hoje pelo Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O total de pessoas empregadas no ramo chegou ao total de 3,040 milhões no fim do ano passado, número 7,5% maior que o registrado no fim de 2010. Em dezembro, foi apurada uma queda de 2,69% nas contratações do setor em relação a novembro, devido a fatores sazonais e já esperados.

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Apesar de o setor continuar crescendo em um ritmo forte, a criação de vagas na construção em 2011 foi a menor desde 2007, quando foram geradas 206 mil vagas. O recorde foi registrado em 2010, com 319 mil vagas, volume bastante superior ao do ano passado. “O dado de 2011 ainda é muito bom. O setor está se estabilizando em um patamar saudável”, afirmou Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do Sinduscon-SP.

A desaceleração no ritmo de criação de empregos na construção civil se deve ao movimento de acomodação do setor, que finalizou boa parte das obras iniciadas durante o ciclo de crescimento dos últimos anos e já reduziu o volume de lançamentos de novos projetos. O recorde de 2010 se deve ao acúmulo de um grande número de obras que foram adiadas por conta do noticiário sobre a crise internacional, em 2009. “Agora, as obras foram entregues. É natural ter um ritmo menor”, acrescentou Zaidan.

Além da acomodação do setor, o saldo de contratações na construção civil deve cair de 2011 para 2012 também em função dos ganhos em produtividade dos trabalhadores, na avaliação de Zaidan. Segundo ele, a mão de obra que foi atraída de outras áreas para a construção nos últimos anos vem ganhando qualificação e acumulou experiência. “Em termos de produtividade, um operário de 2011 valia mais que um de 2008”, explicou.

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Mesmo com um ritmo menor de contratações neste ano, os empresários da construção ainda acreditam que vão lidar com a falta de mão de obra qualificada, fator que impulsionou a explosão recente dos custos com pessoal. Na avaliação de Zaidan, o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), que mede a variação de preços no setor a partir dos números sobre mão de obra, serviços e insumos, deve continuar subindo acima da inflação, embora em um ritmo menor que o de 2011.