A confiança do consumidor caiu 5,1 pontos em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 27, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) desceu a 91,0 pontos, o menor nível desde outubro de 2018. É a segunda queda seguida, perdendo 5,6 pontos, após quatro meses consecutivos de avanço, período em que acumulou um aumento de 13,5 pontos.

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“O resultado de março sugere haver desapontamento dos consumidores com o ritmo de recuperação da economia, após projetarem melhoras para a economia e para as finanças familiares nos meses anteriores. Além da velocidade da recuperação estar aquém do esperado, a demora no avanço das reformas tem contribuído para o aumento da incerteza econômica”, diz a nota divulgada pela FGV.

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Em março, tanto as avaliações sobre o presente quanto às expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,5 ponto, para 76,6 pontos, retornando ao patamar próximo do resultado de janeiro. O Índice de Expectativas (IE) caiu 7,6 pontos, para 101,4 pontos, o menor registro desde outubro do ano passado (95,3).

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O indicador que mede o grau de otimismo com a situação econômica futura foi o que mais contribuiu para a queda do ICC em março, ao cair 8,3 pontos, para 118,3 pontos, o menor nível desde outubro de 2018 (106,0). O indicador que mede as perspectivas futuras quanto à situação financeira das famílias nos meses seguintes também piorou, ao cair 5,0 pontos, para 100,9 pontos.

“Com a redução da satisfação sobre o momento atual e arrefecimento das expectativas, os consumidores voltam a adiar compras. O indicador que mede a intenção de compras nos próximos meses caiu 7,8 pontos, para 84,8 pontos, o menor valor desde dezembro de 2018 (84,4)”, diz a nota da FGV.

Entre os indicadores que compõem o ISA, após quatro meses de resultados positivos, o indicador que mede a percepção da situação econômica caiu 1,9 ponto, para 83,5 pontos, e o que mede a percepção em relação às finanças familiares diminuiu 1,1 ponto, para 70,3 pontos.

Além disso, a queda na confiança ocorreu em todas as classes de renda. Para as famílias com renda até R$ 2.100,00, o ICC-R1 acumulou, nos últimos dois meses, queda de 9,9 pontos, influenciado por uma diminuição das perspectivas sobre a situação financeira da família.

A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.823 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1º e 23 de março.