Concorrência leva setor de panificação a diversificar

Hoje em dia é raro encontrar uma padaria que forneça apenas o tradicional pão e leite, vendido por um comerciante atrás de um balcão. Para se manter no setor, muitos empresários estão diversificando a oferta de produtos. Além disso, estão tirando o avental, sacudindo a farinha, e indo aonde o freguês está.

Foi assim que o proprietário da Panificadora Maranhão, no bairro Água Verde, Valmir Maiochi conseguiu ampliar em 20% o faturamento da empresa. Paralelo as vendas da pararia, fornece produtos para eventos particulares e empresas. “Muitas contratam nossos serviços para coffe break, happy hour ou lançamentos de produtos e festas particulares”, disse. Isso, comenta Maiochi, segue uma tendência de mercado, que “só sobrevive no ramo quem procura diversificar as atividades”. Para conquistar esse espaço o empresário fez uma pesquisa de mercado para descobrir quais eram os clientes em potencial e que tipo de produto teria aceitação.

A tradição da Padaria Piegel, no bairro do Ahu, vem desde 1915, quando o avô do empresário Augusto Piegel iniciou no ramo de panificação. A fabricação dos pães era feita à noite, para ser entregue no início da manhã em armazéns que comercializavam o produto. Oitenta anos depois o negócio está nas mãos da quarta geração, que em nada lembra a pequena padaria de madeira. Há mais de um ano o negócio foi ampliado, e hoje, além dos pães, os clientes podem encontrar no mesmo local produtos de higiene, acessórios para a construção civil, frutas e verduras.

Moderna

O empresário Augusto Piegel diz que a loja de conveniência foi uma exigência dos próprios consumidores, que buscam facilidade e rapidez no auto-atendimento. Ele nega que a intenção desse “mini-mercado” é competir com as grandes rendes. “Queremos apenas oferecer comodidade para os clientes que desejam uma compra rápida de poucos itens”, disse. Com a ampliação das atividades, o empresário garante que conseguiu dobrar o faturamento da empresa. Piegel ressalta, que, apesar do diferencial, não tirou a atenção do foco principal do negócio, que é o pão. Ele fabrica mais de quatro mil unidades por dia, e oferece cerca de cem variedades diferentes do produto.

Para o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Paraná, Joaquim Cancela Gonçalves essas alternativas encontradas pelos empresários são formas de se manter no mercado, dando uma resposta ao consumidor que está cada vez mais exigente. “A panificação moderna tem que ter uma visão mais ampla”, avaliou. Gonçalves vê essa diversificação como uma prestação de serviços ao cliente. Ele diz que não só as redes de supermercados que estão competindo com o setor, pois em até postos de combustível é possível comprar pão. Apesar dessa concorrência, o grande diferencial das padarias continua sendo a qualidade, “e nisso somos únicos”.

Voltar ao topo