Compras de fim-de-ano pressionam dólar

O dólar registrou nova alta, ontem, marcada pela volatilidade, e já acumula no mês um avanço de 4,1%. No dia, a moeda subiu 0,52% e fechou cotada a R$ 3,805 para venda e R$ 3,80 para compra, com destaque para as crescentes compras por empresas que acertam suas contas de fim de ano.

Segundo operadores, as empresas importadoras e as endividadas dominaram os negócios na parte da tarde, quando a moeda retomou a alta da abertura após cair durante a maior parte da manhã. A dívida privada em dezembro soma US$ 3,1 bilhões de reais. Além disso, com a perspectiva de muitas empresas darem férias coletivas a seus funcionários nas duas últimas semanas do ano, os negócios do mês estão sendo antecipados e concentrados nesta e na próxima semana.

A falta de notícias no cenário político também tem incomodado investidores e servido de combustível à alta. Quem pode esperar pelo anúncio do novo ministério para rever suas posições, espera – e quem não pode é justamente quem tem contas a saldar, o que desequilibra o fluxo do mercado.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, está nos Estados Unidos, onde se reuniu ontem com o presidente George W. Bush, e só retorna ao Brasil na quinta-feira. Antes disso, o anúncio do ministério não deve ocorrer.

Ontem o Banco Central vendeu mais US$ 381,9 milhões em operações de “swap cambial” (contratos que pagam ao investidor a diferença entre a variação dos juros e do dólar, acrescida de uma taxa de remuneração). Com esse resultado mais o da operação realizada anteontem estão renovados 66% de uma dívida cambial de US$ 1,8 bilhão que vence amanhã (quinta-feira).

O resultado da operação, segundo analistas, foi satisfatório, embora inferior ao de anteontem, e o BC e pagou taxas mais baixas aos investidores.

No mercado de dívida, os títulos brasileiros se recuperam das recentes perdas. O risco Brasil recuou 1,09% para 1.633 pontos.

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