Comércio vende pouco e leva reflexos à indústria

Guerra, petróleo, dólar e juros foram, em resumo, os responsáveis pela queda nas vendas no trimestre janeiro-março de 2003 no comércio de Curitiba e Região Metropolitana, conforme detectou a Pesquisa Conjuntural realizada pela Federação do Comércio do Paraná. Outro motivo para esse desempenho negativo está no fato de que, historicamente, o desempenho do comércio nos três primeiros meses de cada ano é fraco, porque as principais datas de vendas já passaram – Natal e fim de ano.

“Outros indicadores econômicos que poderiam contribuir de forma direta e indireta para um melhor desempenho do comércio no trimestre ainda não tinham se verificado até o mês de março: o nível de emprego não melhorou; os preços médios não caíram; as tarifas públicas – água, saneamento, energia elétrica, telecomunicações continuaram a subir; os derivados de petróleo tiveram os preços majorados: gasolina e combustíveis em geral e o gás de cozinha; o transporte urbano teve as tarifas majoradas”, analisa o presidente da Federação do Comércio, Rubens Brustolin.

Some-se a isso o fato de que o primeiro trimestre do ano é o período em que a população recebe as novas alíquotas e taxas relativas a: IPTU, ISS, IPVA, as tarifas relacionadas a profissões: conselhos e sindicatos, etc. Poucas vendas no comércio significam redução da produção na indústria, a eterna parceira.

Assim, em março, mês que abrigou o período de carnaval, teve 23 dias úteis, apresentou, em relação ao mês anterior de fevereiro, um pequeno crescimento nas vendas: +0,10%. Se considerado o primeiro trimestre de 2003, verifica-se uma queda nas vendas em relação ao mesmo período de 2002, de – 5,28%. Por outro lado, as vendas em março deste ano foram menores que as de março de 2002: -10,72%.

No primeiro trimestre do ano, o maior crescimento de vendas foi do ramo de “combustíveis e lubrificantes”: 19,94%. O pior desempenho coube ao ramo de “vestuário”: -25,16%. Comparando-se março de 2003 com o mês anterior, fevereiro, o melhor desempenho foi de “móveis, decorações e utilidades domésticas”: 24,93%; a maior queda foi de “livrarias e papelarias”, uma atividade com períodos cíclicos bem definidos, que caiu 32,13%.

Compras

Em termos de compras realizadas pelo comércio, o desempenho do primeiro trimestre de 2003 ficou abaixo da performance em igual período de 2002: -4,12%. Nesse trimestre, o melhor desempenho foi de “combustíveis e lubrificantes” e o pior esteve com “vestuário”.

Na comparação com o mês anterior, março de 2003 apresenta um valor inferior ao de fevereiro: -1,77%. Quem mais comprou foi o ramo de “vestuário”, já pensando nas alterações de outono/inverno; quem menos comprou foi “livrarias e papelarias”, pois agora as vendas desse ramo só voltarão a crescer no período julho/agosto.

Nível de emprego

O comércio empregou menos neste primeiro trimestre do ano, seja em relação ao 1.º trimestre de 2002: -3,87%; ou comparando março de 2003 com o mesmo mês do ano anterior: -3,07%; ou na comparação entre março de 2003 e o mês imediatamente anterior, fevereiro de 2003: -1,06%. No primeiro trimestre de 2003, quem mais cresceu na oferta de emprego no comércio foi o ramo de “farmácias e perfumarias”: 6,38% e “cine-foto-som”: 6,36%.

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