Comércio exterior brasileiro de 2009 deve repetir 2007

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, disse hoje que as exportações e importações brasileiras neste ano devem repetir o comportamento de 2007.

Segundo ele, o ministério mantém sua estimativa de exportações no valor de US$ 160 bilhões no ano. Ele disse acreditar, no entanto, que nos próximos meses haverá uma redução no nível de queda das vendas ao exterior, quando comparadas com os meses equivalentes de 2008.

“Novembro e dezembro de 2008 foram meses muito ruins, sobretudo dezembro”, justificou o secretário. Ele disse acreditar que, por causa disso, as exportações em dezembro de 2009 podem registrar um crescimento em relação a dezembro de 2008, o que seria a primeira variação mensal positiva no ano.

De acordo com os dados divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações de produtos básicos de janeiro a agosto tiveram uma retração de 13,1% em relação a igual período de 2008. As vendas externas de semimanufaturados caíram 30,3%, e as de manufaturados, 31,3%.

Barral disse acreditar que o melhor desempenho dos produtos básicos se deve à elasticidade dos preços desses produtos e ao fato de incluírem os considerados essenciais, como alimentos.

Por causa disso, os básicos aumentaram sua participação na pauta exportadora brasileira – dos 37,1% registrados entre janeiro e agosto de 2008 para 42,8%, em igual período de 2009.

Já os produtos manufaturados perderam participação. Ela caiu de 46,6% para 42,5%. Os semimanufaturados representaram 12,7% da pauta exportadora, ante 13,7% em 2008.

Barral destacou que está havendo uma recuperação das vendas brasileiras para os Estados Unidos, com um crescimento de 27,7% em agosto, ante julho. Os principais produtos vendidos foram petróleo, máquinas e equipamentos, químicos orgânicos, siderúrgicos, celulose e aeronaves.

“Isso pode significar uma retomada da indústria norte-americana”, disse o secretário. Com a recuperação das vendas do Brasil para os EUA em agosto, a queda das exportações brasileiras para aquele mercado no acumulado do ano caiu de 47%, registrados no período de janeiro a julho, para 41,1% até agosto.

As vendas brasileiras para a Ásia no acumulado de janeiro a agosto cresceram 3,9%, e somente para a China o aumento foi de 21,3%. As exportações do ano para a União Europeia tiveram uma queda de 28,8%, e as vendas para o Mercosul caíram 39,4%.

Barral afirmou que o efeito da valorização do real frente ao dólar atinge principalmente as exportações de manufaturados. Segundo o secretário, ao tentar compensar a queda do dólar aumentando o preço do produto, a indústria brasileira acaba perdendo competitividade. “A queda do dólar ocorre num momento em que há uma oferta de manufaturados no mundo”, afirmou o secretário.

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