Comércio espera reverter queda nas vendas de Natal

O comércio paranaense espera um acréscimo de 10% a 15% nas vendas deste Natal, comparado ao do ano passado. Essa é a expectativa do presidente da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio/PR), Rubens Brustolin, que ontem divulgou os resultados da pesquisa conjuntural de outubro. No acumulado de janeiro a outubro, as vendas do comércio de Curitiba e Região Metropolitana ainda estão 6,81% abaixo do mesmo período de 2001. Porém com o ingresso do décimo terceiro e os acordos trabalhistas fechados em outubro e novembro com 58 sindicatos de comerciários, com reajustes médios de 9%, Brustolin estima que as vendas do setor fechem 2002 com incremento de até 10% sobre o ano passado.

Até outubro, os setores que mais aumentaram as vendas foram: “livrarias e papelarias” e “óticas”, enquanto “concessionárias de veículos” e “material de construção” tiveram os piores desempenhos. Na comparação com setembro, foi verificada uma alta de 5,47% nas vendas em outubro, com os maiores crescimentos ocorrendo em “móveis, decorações e utilidades domésticas” e “vestuário” e as maiores quedas em “livrarias e papelarias” e “autopeças e acessórios”. Em relação a outubro de 2001, as vendas caíram 9,08%.

Já nas compras do setor, houve decréscimo de 9,48% no acumulado do ano, cabendo o melhor desempenho ao ramo de “livrarias e papelarias” e pior ao de “tecidos”. Comparado a setembro, as compras foram 3,47% maiores, sendo “vestuário” e “tecidos” as maiores altas e “autopeças e acessórios” e “concessionárias de veículos” as maiores quedas. Mesmo assim, houve retração na comparação com outubro de 2001 (-8,05%).

De acordo com a análise econômica da Fecomércio/PR, a retração registrada no varejo em 2002 é uma combinação de fatores: taxas de juros elevadas, queda da renda média real do trabalhador brasileiro, elevação da taxa cambial e adiamento de compras por parte dos consumidores, motivados pelas incertezas no cenário político-eleitoral em outubro.

“O que preocupa um pouco é a inflação que surgiu agora”, destacou Brustolin. “Conseqüentemente, muitos produtos que dependem de matéria-prima importada aumentaram de preço. Por outro lado, muitos produtores preferem exportar, recebendo em dólar, reduzindo a oferta no mercado interno.” Para o Natal, o presidente da Fecomércio/PR prevê média de gastos de R$ 50 por presente.

Emprego e salário

Em 2002, o nível de emprego do comércio na Região Metropolitana de Curitiba diminuiu 1,01%, enquanto a folha de pagamentos recuou 4,26%. Na comparação com setembro, houve expansão de 2,36% nos postos de trabalho e de 1,14% nos salários. Porém em relação a outubro de 2001, os indicadores são negativos: -8,41% no nível de emprego e -10,19% na folha de pagamentos deflacionada. Segundo Brustolin, o volume de contratações temporárias neste final de ano está maior que no ano passado, devendo se refletir em mais efetivações conforme o aquecimento do mercado.

Brustolin ressaltou a tendência de desaparecimento dos pequenos pontos comerciais, como armazéns e quitandas, por causa da instalação de hipermercados, lojas de conveniências e drugstores. Uma loja aberta por uma multinacional de varejo em Curitiba abriu 400 empregos, mas fechou mais de 3 mil na região, citou.

Empresários estão otimistas

Olavo Pesch

A grande maioria (77%) dos 290 empresários pesquisados pela Fecomércio/PR acredita que 2003 será melhor para o comércio do que 2002.

“O empresariado está entusiasmado com o que vem pela frente. 2003 será um ano excelente para trabalharmos”, declarou o presidente da Fecomércio/PR, Rubens Brustolin. “O pessimismo que existia em relação ao Lula nas três eleições anteriores se reverteu. Ele está fazendo contatos importantes e se cercando de gente competente. Suas indicações para o ministério estão sendo aceitas pelo mercado”, comentou.

“Havia o receio de se adotar medidas drásticas, mas como os radicais do PT foram colocados para escanteio, acredito que a inflação volte para um dígito”, assinalou Brustolin. A pesquisa de opinião empresarial feita pela Fecomércio/PR aponta que a maior parte dos comerciantes pretende melhorar instalações físicas, estoque e expandir os negócios no próximo ano.

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