Comerciante do Paraná mantém otimismo

Os comerciantes paranaenses estão otimistas quanto ao desempenho das vendas no segundo semestre. Eles esperam um aumento entre 5% e 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Este foi o resultado de uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio) com empresas de atacado, varejo e serviços em 12 cidades do Estado, incluindo pólos como Londrina e Maringá e a Região Metropolitana de Curitiba.

Dos 137 empresários que responderam ao questionário enviado pela entidade, 84% afirmam que terão vendas superiores às registradas em 2003. Entre as expectativas favoráveis, 53% dizem que o índice ficará entre 5% e 10%. De acordo com o presidente da Fecomércio, Darci Piana, o otimismo está relacionado com a melhoria do nível de emprego; performance do agronegócio, com expectativas de aumento na produção em 8% neste ano; crescimento contínuo na produção industrial paranaense e brasileira; exportações crescentes no primeiro semestre de 2004 e garantidas para o ano que vem; índices de inflação em queda; e manutenção da taxa de câmbio em torno de R$ 3.

“As eleições municipais também contribuem para o cenário favorável, pois gera empregos temporários, mesmo oferecendo salários mais baixos. As pessoas estarão com mais dinheiro, o que traz gastos. O segundo semestre também possui um desempenho melhor devido ao décimo terceiro salário”, afirma Piana. “Não há um ramo de atividade que se destaque entre os otimistas. Estão todos equilibrados neste sentido”, avalia.

Piana destaca como fator para a boa perspectiva a política dos governos estadual e federal em reduzir os impostos e até isentar a cobrança deles em alguns setores (insumos agrícolas e alimentos da cesta básica, por exemplo). “O governo Requião eliminou alguns impostos de 130 mil empresas. Isso gera queda no preço para o consumidor. Com a sobra de dinheiro, os empresários geram empregos e investem em estoques”, comenta. Segundo a pesquisa, o estoque de 56% dos entrevistados foi levemente superior (até 10%) em relação ao primeiro semestre de 2003.

O presidente da Fecomércio conta que 2003 foi um ano muito difícil e que o bom desempenho deste ano apenas cobrirá o déficit acumulado. A expectativa é ter resultados iguais à 2002. “Essa melhoria não é uma recuperação. Se não acontecer nada de anormal até o final do ano, 2005 será melhor que 2004”, observa Piana.

Impostos e juros

Para 68% dos entrevistados, a maior dificuldade das empresas em enfrentar a concorrência é a carga tributária elevada. Em segundo estão os encargos sociais (54%) e a falta de recursos próprios para capital de giro (32%). Para tentar mudar essa situação, a Fecomércio vai orientar os 55 sindicatos filiados a formarem cooperativas de crédito, que cobrariam até 2% de juros, contra os índices que podem chegar a 11% das instituições financeiras. “Isso reduz custos e aumenta as perspectivas de arrumar capital de giro. Tendo dinheiro, o comerciante vai comprar à vista, o que fortalece o próprio setor”, explica Piana. A primeira cooperativa, ligada ao sindicato de autopeças, já está aprovada pelo Banco Central e deve funcionar em 60 dias.

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