Começam a aparecer sinais de recuperação

São Paulo – Começam a aparecer os primeiros sinais de recuperação do consumo no mercado interno. Ainda que tênues e acompanhados de indicadores aparentemente contraditórios, como o desemprego recorde, indústria e comércio já detectaram a reação nas vendas, especialmente dos gêneros de primeira necessidade, como arroz, feijão, macarrão e sabonete – artigos vendidos nos supermercados e comprados à vista ou com pré-datado.

O Grupo Josapar, um dos maiores beneficiadores de arroz e feijão, dono das marcas Tio João e Biju, apresentou crescimento de 4% nos volumes de arroz vendidos no primeiro trimestre, em relação a igual período de 2003. “Acreditamos que esse ritmo continua por causa da recuperação na renda”, diz o diretor de Vendas, Luís Augusto Krause. No setor de massas alimentícias, as indústrias venderam desde o início do ano 6% a mais do que em igual período de 2003, segundo o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Massas Alimentícias (Abima), Aluísio Quintanilha.

Os fabricantes de sucos prontos e salgadinhos também sentem a melhora nos negócios. “Depois de um verão atípico, as vendas deslancharam em maio”, comemora William de Angelis Sallum diretor da Wow! Bebidas, dona da marca Sufresh, cujas vendas cresceram 20% este mês. A Elma Chips apresentou no primeiro quadrimestre um acréscimo de 19% nos volumes e de 20% no faturamento, na comparação com 2003.

A indústria de higiene pessoal e beleza teve um aumento de vendas ainda maior. No total, o setor faturou no primeiro bimestre 169,2 mil toneladas entre produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria para o mercado interno. O acréscimo foi de 16,6% na comparação com os mesmos meses de 2003. A maior taxa de expansão foi verificada nos cosméticos (44,7%).

Até mesmo itens básicos do segmentos de higiene pessoal apresentaram alta surpreendente. Sabonete, creme dental e xampu, por exemplo, usados por mais de 90% das famílias brasileiras, tiveram crescimento de vendas de 7,4%, 10,2% e 15,2%, respectivamente, no período. “Isso mostra que as classes C e D, que estavam cortando na carne, voltam às compras. Eles estavam economizando na higiene pessoal”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basílio da Silva.

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