Combustíveis vão puxar o IPC de janeiro

A Petrobras surpreendeu parte dos analistas do mercado com o anúncio de um reajuste no preço dos combustíveis acima do esperado. Com isso a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar o primeiro mês de 2003 em alta de cerca 2%. A previsão é da economista Rita Rodrigues, do Banco Sudameris. Segundo ela, a previsão anterior de inflação para janeiro era de, no máximo, 1 8%. “Eu não esperava um reajuste na magnitude que foi anunciado pela Petrobras. Nos meus cálculos, o aumento seria a metade do que foi aprovado”, diz.

De acordo com a estatal, o preço da gasolina será reajustado em 12,8% nas refinarias. Para o gás de cozinha (GLP), o aumento será de 7,7% no atacado. O óleo diesel terá seu preço elevado em 11,3%. Na hipótese de estes aumentos serem repassados diretamente para o consumidor final, o impacto sobre a inflação seria de 0,65 ponto porcentual, segundo cálculos de Rita. A Petrobras, no entanto, sugeriu que os reajustes para o consumidor fossem de 4,90% para o gás de cozinha, de 9,50% para a gasolina e de 9,50% para o óleo diesel. Nesta hipótese, o impacto na inflação seria de 0,47 ponto porcentual.

Ocorre que, historicamente, dos aumentos concedidos no atacado, 80% são repassados para a ponta do varejo. Se essa prática for mantida agora, o preço da gasolina no varejo, segundo a economista, seria reajustado em 10,24%. O GLP teria um aumento de 6,16% e o diesel de 9,04%. A soma destes aumentos exerceria uma pressão de 0,52 ponto porcentual sobre a inflação de janeiro.

O aumento autorizado pela Petrobras entrará em vigor hoje (29), pegando apenas três dias de dezembro. Para Rita, o impacto sobre a inflação de dezembro será muito pequeno.

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