Com dólar é previa mais alta, MCM eleva para 1,50% previsão para IGP-M do mês

O repasse da depreciação cambial impulsionou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que avançou para 1,64% na primeira leitura de outubro, após 0,56% em igual período de setembro, de acordo com a MCM Consultores. A taxa de 1,64% veio maior que a de 0,95% prevista pela consultoria e coloca mais pressão de alta para os próximos IGPs.

Além do resultado elevado, a MCM acredita que o câmbio depreciado vai continuar incomodando a inflação. Por isso, elevou as projeções para o IGP-M de outubro (de 1,15% para 1,50%), a do IGP-10 (de 1,65% para 1,70%) e do IGP-DI (de 1,00% para 1,10%). Em setembro, o IGP-M foi de 0,95%.

A consultoria ressalta que o primeiro decêndio do IGP-M deste mês foi influenciado especialmente pelo avanço da inflação ao produtor, com destaque para as altas de 7,32% da soja (ante 2,9%) e do milho, de 10,69% (ante 1,63%). Entre os industriais, houve elevação em produtos alimentícios (de 3,92% ante 2,09%), minerais metálicos (de 4,67% ante -0,63%) e combustíveis (0,83% ante -0,06%).

“Direta ou indiretamente, todas as altas estão relacionadas ao recente movimento da taxa de câmbio. O efeito da alta do dólar no IPA é na veia. Fora o impacto da gasolina, que já pegou”, disse a economista Basiliki Litvac, ao referir-se ao reajuste recente nos preços dos combustíveis.

A expectativa da consultoria é de que os efeitos do dólar caro continuem pressionando a inflação ao produtor e apareçam com mais evidência sobre o varejo. De acordo com Basiliki, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) de outubro pode mostrar leve desaceleração para 2,00%, ante o primeiro decêndio, que ficou em 2,36%. “Tanto o IPA Agro quanto o Industrial já estão indicando arrefecimento nas pesquisas de ponta (mais recentes), mas ainda estão rodando em nível elevado”, estimou.

Pelos cálculos da especialista em inflação da MCM, o IPA Agropecuário, que ficou em 3,2% na primeira prévia do mês, pode ir a 3,05% no fechamento de outubro, enquanto o Industrial atingir 1,60% (ante 1,95%). “Deve ter uma desaceleração muito tênue”, completou.

Ao contrário do atacado que pode mostrar certo arrefecimento, a inflação no varejo tende a sentir cada vez mais os impactos da desvalorização cambial. A estimativa de Basiliki é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche outubro com alta entre 0,75% e 0,80%, após 0,54% em setembro. “Óbvio que tem a influência da alta dos combustíveis, que deve aparecer como fator de maior influência, mas o câmbio deve aparecer com um pouco mais de força”, avaliou.

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