CNI mantém projeção de 5% para PIB em 2008

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) mantém em 5% a projeção de crescimento da economia este ano, apesar da crise internacional. "As condições são menos favoráveis do que em dezembro, quando fizemos essa projeção, mas acreditamos que ainda não se justifica fazer uma revisão", disse nesta terça-feira (29) o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica, Flávio Castelo Branco.

Ele comentou, porém, que a possibilidade de a economia crescer 5% este ano está menor. Na sua avaliação, a crise financeira internacional ainda não é conhecida em sua extensão, mas ela deverá provocar uma desaceleração na economia mundial e no comércio internacional. Para o gerente-executivo, o Brasil tende a ser afetado pela redução das trocas comerciais. "No entanto, a indústria brasileira tem se amparado no crescimento da demanda interna, que continua forte", avaliou.

Castelo Branco acha também que as decisões de investimento ainda não mostram o impacto da crise internacional. O ingresso de US$ 4 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no mês de janeiro até ontem seria um reflexo disso. "São decisões que já estavam tomadas", comentou. Ele acha que em um ou dois meses os dados mostrarão algum impacto da turbulência.

Vestuário e calçados

As indústrias de vestuário e calçados são as que mais sofrerão os impactos da retração do mercado norte-americano, disse gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, por serem setores que exportam fortemente para aquele mercado.

"Já os setores exportadores de commodities internacionais serão menos afetados, pois seu mercado preferencial é a Ásia. Não há, porém, garantias que ficarão imunes à crise", completa.

Para a CNI, no entanto, os efeitos da retração americana não chegarão à indústria brasileira nos próximos seis meses, pois há certo efeito inercial nos mercados.

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