CNI: alta da confiança mostra crise longe do indivíduo

A melhora da confiança do consumidor brasileiro, que cresceu 3,7% no segundo trimestre deste ano, é resultado de um distanciamento da população com relação à crise. Essa é a avaliação do gerente executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, responsável pela elaboração da pesquisa que mede o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgado hoje pela entidade.

“Para o indivíduo, a crise está associada ao desemprego e à perda da renda. Na medida em que o desemprego diminuiu e a renda está estabilizada, porque a inflação está baixa, isso indica mais segurança para a renda futura e melhora a confiança da população”, explicou Castelo Branco.

O economista lembra que não houve no país uma generalização do desemprego, mas sim situações localizadas. “O nível de desemprego não foi tão grande quanto o esperado. Então, os consumidores estão se sentindo menos ameaçados”, disse.

A pesquisa da CNI mostra, no entanto, que esse otimismo não se traduziu em aumento de consumo de bens de maior valor. Para Castelo Branco, isso reflete uma deterioração pequena da situação financeira, atribuída ainda às dificuldades com relação ao crédito. Para o economista, as taxas elevadas de juros ainda afastam o consumidor das operações de crédito. “A melhora do aperto monetário (redução da taxa Selic) talvez ainda não tenha sido transferida totalmente (para as taxas na ponta)”, explicou.

Mas, segundo Castelo Branco, a tendência é de que no segundo semestre os indicadores sejam ainda mais favoráveis, podendo se refletir também na questão financeira e de consumo. “Em meados do ano passado, o ambiente era extremamente favorável. Não recuperamos isso ainda, mas os indicadores claramente mostram que, para os consumidores, a crise está se distanciando”, reforçou Castelo Branco.

O INEC é elaborado, trimestralmente, pela CNI com base em pesquisa de opinião pública de abrangência nacional, feita pelo Ibope, junto a 2.002 pessoas. Para o índice do segundo trimestre, a pesquisa foi realizada no período de 29 de maio a 1º de junho.

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