Brasília (AE) – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que fará todo o esforço para que o conjunto de medidas cambiais seja divulgado hoje. Se houver a divulgação, afirmou, deverá acontecer após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi antecipada para hoje ao meio dia. O CMN é que vai definir o porcentual de receitas de exportadores que não precisarão ser internalizadas.

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Mantega reiterou que acredita que as medidas terão impacto na taxa de câmbio, apesar de analistas e especialistas do mercado avaliarem que o impacto poderá ser limitado. ?É para isso que está sendo feito (o pacote de medidas)?, afirmou, acrescentando que as medidas visam a simplificação operacional e redução de custos no comércio exterior.

O porcentual de receitas de exportadores que não precisarão ser internalizadas ainda não está definido, o que poderá ocorrer em reunião do ministro com sua equipe esta tarde. ?Tenham um pouquinho de paciência?, pediu ele.

O ministro disse também que vai se reunir com representantes da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para discutir como ficará a cobrança de CPMF sobre receitas não internalizadas.

FMI

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Mantega voltou a defender a abertura de uma linha de crédito de emergência no Fundo Monetário Internacional (FMI) que permita a países membros daquele organismo enfrentarem situações de crise. Nessa linha, seria dispensada a necessidade de cumprimento de grande número de trâmites burocráticos formais, como por exemplo o envio de uma carta de intenções, como é exigido hoje.

Segundo ele, uma linha de US$ 10 bilhões para o Brasil, por exemplo, seria razoável. Ele classificou essa linha como de ?crédito expressa? e disse que ela teria que ter um valor substancial para ter eficácia, entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões, dependendo da capacidade de cada país.

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Mantega destacou que o atual momento, em que poucos países precisam do FMI, seria adequado para adoção dessa linha. ?É quando não há chuva que se conserta o telhado?, afirmou. ?Quando a chuva vier, estamos prevenidos.?

O ministro disse que os países emergentes como o Brasil deram exemplo de boa gestão e fazem jus a essa confiança maior. Ressaltou, no entanto, que há resistência de países membros que não precisam de tal linha em dar maior liberdade na concessão de crédito pelo FMI.