Tornar o sistema de consórcios mais transparente, sólido e seguro à população. Esse é um dos objetivos do Banco Central, que desde 1991 é responsável pela normatização e fiscalização do setor. Diretores do BC estiveram ontem em Curitiba reunidos com representantes de administradores de consórcio no Estado. A intenção era discutir a nova circular publicada recentemente pelo BC para o segmento de consórcios.
“Aplicamos o conceito de governança corporativa, de fazer um acompanhamento mais efetivo nas administradoras de consórcio”, explicou o diretor de Normas do BC, Sérgio Darcy. Segundo ele, o número de reclamações no setor “diminuíram muito” ao longo dos anos. Em todo o País, há 220 administradoras de consórcios atuantes – 33 apenas no Paraná. “Sempre recomendo que haja pesquisa por parte das pessoas que queiram adquirir consórcios”, disse. Darcy lembrou que o Banco Central dispõe de todas as informações essenciais para os futuros consorciados.
Conforme dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), a comercialização de novas cotas de consórcio atingiu 1,10 milhão de janeiro a agosto deste ano – 4,8% mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. São quase 3,250 milhões de clientes consorciados em todo o País, sendo que a maior parte deles (1,8 milhão) é relativa ao consórcio de motocicletas. Apesar disso, é o setor de imóveis que mais vem crescendo. “Há um grande déficit habitacional, demanda por formas de adquirir um bem para morar”, explicou a presidente nacional da Abac, Consuelo Amorim. Segundo ela, o prazo longo – em até 144 meses – e o custo baixo são os principais atrativos.
Para quem quiser adquirir um consórcio, Consuelo recomenda que o interessado verifique se a empresa é de fato uma administradora de consórcios, com autorização e fiscalização do BC. “Há muitas empresas que vendem cotas de participação e se passam como administradora de consórcios”, alertou.
Outro cuidado, acrescentou, é com relação ao que a administradora promete. Também é importante verificar a idoneidade da empresa junto a algum órgão de defesa do consumidor, ler bem o contrato antes de assiná-lo e acompanhar as assembléias realizadas, mantendo contato constante com a administradora.
Paraná
No Paraná, a preferência também é por consórcio de motocicletas, informou o presidente da Abac-PR, Rodolfo Montosa. São cerca de 330 mil consorciados no Estado, sendo que a metade deles têm cotas de moto. A demanda por este segmento, para Montosa, é em função do poder aquisitivo da população.