Chineses querem terras brasileiras para plantar soja

Os chineses pretendem, a médio e longo prazos, comprar terras e plantar soja no Brasil. A informação foi dada ontem em Curitiba, pelo presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles Tang, que acompanhou mais uma comitiva de empresários e integrantes do governo chinês ao Paraná. Segundo Tang, a integração entre os dois países começa com a compra de soja no mercado spot, passa pela construção de silos e fornecimento de fertilizantes e maquinaria para os produtores brasileiros, e deve se estender à compra de terras. “Não é difícil comprar 200 a 300 mil hectares para plantar”, afirmou Tang. O governo chinês está estimulando empresários a investirem foram do País.

O grupo que esteve ontem visitando o Porto de Paranaguá tinha na liderança o subsecretário-geral do departamento de estudos sobre economia rural do Centro de Estudos sobre o Desenvolvimento, Xie Yang, e o diretor-geral do departamento de economia rural do Instituto de Estudos, Ii Bingkun. As duas entidades são ligadas ao Conselho de Estado.

“A China tem intenção de investir no Brasil e mandou essa delegação para estudar como isso pode ser feito”, disse Tang. “A pesquisa vai orientar as decisões do primeiro-ministro.”

De acordo com o presidente da Câmara de Comércio, a visita de 13 empresários da província de Henan, no dia 13 de julho, já está trazendo benefícios para o Brasil. Um dos empresários estaria fechando acordo com a empresa Keplen Weber para distribuição de máquinas para esmagamento de soja, enquanto outro já teria acertado a compra de 300 mil toneladas de soja em grão. Em outubro, uma comitiva com 22 representantes de cooperativas paranaenses deve visitar a China.

“Quanto mais as empresas forem para a China fazer negócios mais vão fazer”, acentuou.

No encontro que tiveram com o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, os chineses elogiaram a intenção do governo do Estado de garantir a qualidade da soja exportada. “A China prefere a soja não transgênica, embora compre a transgênica, e muito, desde que saiba o que está comprando”, afirmou Tang. “O que deixa todos animados é que o Paraná parece que está criando uma marca de excelência.”

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