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Chineses interessados na Hidrovia Transmercosul

A comitiva de empresários brasileiros que viajou à China, em uma missão empresarial capitaneada pela presidente Dilma Roussef no início de abril, não trouxe na bagagem a perspectiva de mudanças na balança comercial entre os dois países. Segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rommel Barion, que integrou a comitiva, a grande oportunidade surgida através deste contato foi a possibilidade de investimentos chineses em grandes obras de infraestrutura no Brasil. Em especial aquelas que se destinam à exploração do petróleo Pré-sal e as que irão preparar o país para receber a Copa do Mundo, em 2014.

“Abriu-se aí um leque de oportunidades”, avaliou Barion. Segundo ele, no que se refere às fronteiras paranaenses, despertou interesse chinês o projeto para construção da Hidrovia Transmercosul, que integraria Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, utilizando os rios Tietê, Paraná e o Rio da Prata para criar uma passagem através do Oeste, transformando-se assim em uma opção para o escoamento da produção das regiões sudeste, centro-oeste do País e do Paraná, que hoje é escoada através do porto de Paranaguá.

De acordo com o coordenador do Conselho Temático de Infraestrutura da Fiep, Paulo Ceschin, hoje a produção brasileira é transportada, em sua grande parte, através de rodovias até os portos que fazem a saída pelo Atlântico. Este é o modal mais caro de transporte. Estradas em más condições, o preço dos combustíveis, dentre outros fatores, tornam o custo do transporte um fator prejudicial à competitividade dos produtos brasileiros, principalmente no mercado externo. Com um sistema hidroviário estruturado, este custo seria muito menor.

A grande obra da Hidrovia Transmercosul, que tem seu custo inicial previsto em U$ 1,2 bilhão, é a construção de uma eclusa (equipamento que permite elevar embarcações em trechos de desnível de leito, semelhante ao Canal do Panamá) na usina de Itaipu, que possibilitará a passagem de navios pelo Rio Paraná. O projeto foi desenvolvido pela EPI Consultoria e Planejamento Ltda. sediada em Curitiba. Segundo Barion, os primeiros contatos para que esta obra saia do papel já foram feitos, cabe agora à consultoria brasileira dar sequência à prospecção de recursos para viabilização das obras.