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China preenche cargos estratégicos antes de mudanças na estrutura de poder

O presidente da China, Xi Jinping, se encaminha para a temporada política bem preparado, após preencher cargos estratégicos do governo com aliados por meio de uma série de promoções, antecipando a tarefa de liderar mudanças na estrutura de poder nos próximos meses.

A considerável influência política de Xi, porém, será testada nas duas próximas semanas, quando quase 3 mil parlamentares se reunirão para o encontro anual do Congresso Nacional do Povo. A sessão parlamentar deste ano, que começa no domingo (05), será o último grande evento político antes da elite do Partido Comunista se encontrar mais adiante para definir a estrutura de poder dos próximos cinco anos.

Se aproximando do fim de seu mandato de cinco anos, Xi não tem nenhum desafiante claro, após usar campanhas disciplinares para neutralizar rivais e exigir fidelidade dos 89 milhões de membros do partido.

Há um clima de ressentimento no partido, não apenas por causa dos esforços anticorrupção de Xi, mas também por seus ataques a interesses escusos no governo, na indústria estatal e no setor militar, e pelo lento avanço em reformas no modelo de crescimento da China.

Observadores dizem que Xi vai tentar impedir a manifestação de mágoas do tipo durante o evento que terá início no fim de semana. Qualquer controvérsia política agora poderia prejudicar seus esforços de promover aliados e anular rivais no conclave previsto para o segundo semestre.

Xi “está mais interessado do que nunca em exibir a unidade do partido e seus feitos”, segundo Matthias Stepan, especialista em política doméstica da China do Mercator Institute for China Studies (Merics), com sede em Berlim.

A reunião parlamentar vai ocorrer depois da nomeação de mais de 130 autoridades seniores para novos cargos em janeiro e fevereiro, número bem superior ao do período comparável de anos recentes, segundo informações oficiais e da mídia.

A expectativa é que o evento das próximas semanas discuta, entre assuntos econômicos e sociais, as opiniões de Xi sobre governança, com ênfase em sua autoridade como a liderança “central” do partido, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua.

Já no conclave do segundo semestre, até cinco dos sete integrantes do Comitê Permanente do Politburo – o principal órgão da liderança chinesa – serão substituídos. Além disso, mais de 60% dos 376 assentos do Comitê Central – que inclui ministros, chefes de indústrias estatais e generais do exército – deverão receber novos ocupantes.

Fontes do partido dizem que Xi está numa posição confortável para preencher as vagas com aliados, mas não sem enfrentar uma disputa com líderes aposentados ou em vias de se aposentar com interesse de fazer indicações próprias.

Correm rumores no partido e entre observadores políticos de que a China tentará elevar a idade de aposentadoria para permitir que os principais líderes iniciem novos mandatos de cinco anos aos 68 anos ou mais. Se Xi for bem-sucedido, analistas dizem que um possível beneficiário seria Wang Qishan, o principal disciplinador do partido e membro do Comitê Permanente, que completará 69 em julho. Fonte: Dow Jones Newswires.

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