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China age para manter depreciação ordenada do yuan

A China enfrenta uma batalha para manter uma depreciação ordenada do yuan, conforme os investidores ampliam as apostas de baixa contra a moeda fora do país. A diferença entre o valor do yuan contra o dólar no mercado doméstico e naquele que é conhecido como o mercado offshore de Hong Kong tem aumentado nos últimos dias. Na quarta-feira, esse chamado spread chegou a 0,0333, o mais alto desde o início de outubro – excetuando-se o dia da eleição nos EUA -, embora ele tenha diminuído um pouco nesta quinta-feira.

Embora as autoridades chinesas imponham limites para a negociação do yuan no mercado interno, a moeda pode ser comprada e vendida mais livremente em Hong Kong. O valor da divisa ante o dólar, porém, fica normalmente no mesmo patamar nos dois mercados.

O aumento nessa diferença complica a estratégia do banco central de deixar algum espaço no ritmo ditado por Pequim para a divisa. Os dois mercados do yuan, o interno e o de Hong Kong, muitas vezes podem influenciar um ao outro. Um yuan mais fraco poderia encorajar mais empresas e pessoas na China a converter a moeda em dólares, potencialmente gerando mais pressão de baixa sobre a divisa negociada no próprio país.

A China tem tolerado um yuan mais fraco desde o início de outubro, logo após sua entrada no grupo das moedas de reserva de elite do Fundo Monetário Internacional (FMI), admitindo que uma moeda mais fraca é o preço por utilizar dinheiro barato para impulsionar a economia.

O ritmo da depreciação aumentou desde a vitória de Donald Trump na corrida presidencial dos EUA, que impulsionou o dólar em geral, sobretudo ante as divisas emergentes. O yuan cai 6,2% ante o dólar neste ano no mercado chinês, atingindo 6,9152 yuans na quinta-feira, com mais de um terço do recuo nas duas últimas semanas.

O PBoC não deve deixar a moeda desvalorizar muito rapidamente, temendo que isso possa desestabilizar os fluxos de capital do país. Os investidores no mercado offshore têm, porém, levado o yuan a se enfraquecer, aparentemente avaliando que o banco central pode lutar para controlar o ritmo desse declínio.

“O PBoC pode intervir” para impulsionar o yuan, disse Prashant Singh, gerente sênior de portfólio da Neuberger Berman em Cingapura. Mas ele disse esperar que a moeda chinesa desvalorize mais, diante da perspectiva modesta para o comércio global e das trajetórias econômicas divergentes nos EUA e na China. “As intervenções lideradas pelo banco central são em geral temporárias”, acrescentou Singh. “Os fatores de fundamentos ainda apontam para fraqueza.”

O PBoC não respondeu aos pedidos de comentário sobre o assunto. Fonte: Dow Jones Newswires.

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