Cheque “voador” aumentou 11,6%

Levantamento da CheckOK, empresa nacional de verificação eletrônica de crédito, mostra que no mês passado foram devolvidos mais de meio milhão de cheques (640 mil) por falta de fundos no Paraná, um aumento de 11,6%, na comparação com maio de 2002, mês em que, de cada mil cheques compensados, 46 tiveram o pagamento recusado. No mês passado, de cada mil cheques trocados, 51 foram devolvidos pelo mesmo motivo, um aumento de 12,3% na comparação entre os totais de cheques compensados e devolvidos por falta de fundos. Além do Paraná, outros 21 Estados registraram aumento do índice de inadimplência.

No País, o número de cheques devolvidos por falta de fundos subiu 6,9%, na comparação entre os meses de maio passado e de 2002. Dos 185,3 milhões de cheques emitidos no país no mês passado, 10,6 milhões eram frios. De cada mil cheques trocados em maio último no Brasil, 57 não tinham fundos, 15,4% a mais do que no mesmo período de 2002, quando o total foi de 49 em cada mil compensados.

Na simulação anual, ainda segundo o levantamento da CheckOK, a inadimplência no país aumentou 14,9%, isto é, em maio foram devolvidos quase 1,5 milhão de cheques a mais do que em junho de 2002.

Culpa dos juros altos

A política monetária adotada pelo governo anterior, e que vem sendo seguida pelos atuais dirigentes, é diretamente responsável pelo aumento dos índices de inadimplência, afirma o consultor financeiro Alan Marinovic, da ABM Consulting. Segundo ele, os juros elevados retraíram a atividade econômica a ponto de inibir as compras a prazo ou mesmo inviabilizar uma série de investimentos que poderiam ser rentáveis caso o custo do capital fosse menor como pagar as dívidas, por exemplo.

Outro ponto que colabora para o aumento da inadimplência é o elevado recolhimento compulsório que os bancos atuantes no Brasil devem manter em custódia no Banco Central. O economista conta que 60% dos depósitos à vista, 25% das captações por cadernetas de poupança e 15% dos depósitos a prazo são obrigatoriamente mantidos no Banco Central, sendo que o recolhimento de depósito à vista não é remunerado. Essa medida acaba por restringir ainda mais a oferta do crédito no país, elevando o custo de captação seja para pessoas físicas ou jurídicas.

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