Cepal reduz para 2,5% previsão de avanço do Brasil

A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou, em relatório divulgado nesta quarta-feira, 24, que a economia da região deve crescer 3% este ano, abaixo da projeção de 3,5% feita em abril. A revisão do número se deve em parte ao menor dinamismo do crescimento econômico apresentado por Brasil e México. Além disso, de acordo com a Cepal, vários países que cresciam a taxas elevadas, como Chile, Panamá e Peru, mostraram desaceleração da atividade econômica nos últimos meses. Para o Brasil, a Cepal estima avanço de 2,5% em 2013, inferior aos 3% previstos em abril. No caso do México, a projeção de expansão é de 2,8%, ante 3,5% em abril.

O relatório destaca que a região mostra algumas debilidades que poderiam afetá-la no curto e longo prazos diante do atual cenário externo negativo. Segundo o documento, entre elas, estão a alta dependência das exportações para Europa e China, crescente aumento no déficit em conta-corrente – que chegará a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, o maior desde 2001 -, sérias restrições fiscais no Caribe, América Central e México e vulnerabilidade na América do Sul por causa da dependência dos recursos naturais.

Na análise da comissão, o crescimento econômico continua muito dependente do consumo, que tem mostrado em 2013 recuperação menor que no ano anterior, enquanto a contribuição do investimento no PIB será modesta e as exportações líquidas terão contribuição negativa por causa de um aumento maior das importações do que de vendas ao exterior. “As exportações registraram diminuição no primeiro semestre de 2013 e enfrentam o provável fim do período de auge nos preços das commodities”, afirmou a instituição no relatório.

A Cepal disse que o desempenho econômico moderado da região está atrelado a um crescimento estimado da economia mundial de 2,3%, parecido com o de 2012. Em razão da contínua recessão na zona do euro durante 2013, a entidade prevê que os países em desenvolvimento sigam como os motores do crescimento global.

Conforme a Cepal, o Paraguai deve registrar o maior crescimento na região este ano, com expansão de 12,5%, seguido por Panamá (7,5%), Peru (5,9%), Bolívia (5,5%), Nicarágua (5%) e Chile (4,6%). A Argentina deverá crescer 3,5%. Na análise da instituição, a América Central registrará alta de 4%, enquanto a do Sul crescerá 3,1%. O Caribe deve manter a tendência de leve aumento verificada em anos anteriores e avançar 2%.