Cenário desfavorece geração de emprego, diz IBGE

Embora a taxa de desemprego tenha atingido o menor patamar para fevereiro (5,6%), o mercado de trabalho mostra-se menos dinâmico neste início de ano do que no começo de 2012, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentados na manhã desta quinta-feira. A população ocupada recuou 2% em fevereiro em relação a dezembro do ano anterior. Na comparação entre fevereiro de 2012 e dezembro de 2011, o número de ocupados teve queda de 0,5%.

De acordo com o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a redução maior na população ocupada agora do que no ano anterior mostra que a capacidade do mercado de trabalho de reter trabalhadores temporários foi menor. “O mercado de trabalho reflete o que acontece no cenário econômico. Hoje o cenário econômico se mostra não tão aquecido fazendo com que gere menos postos de trabalho do que foi observado no ano passado”, disse Azeredo. “Resumindo, você tem uma geração menor de postos de trabalho em função de você ter um cenário econômico que não está favorecendo isso”, acrescentou.

A pesquisa também apontou um aumento menor no contingente de desocupados. Em fevereiro, a população desocupada foi 19,4% maior do que a verificada em dezembro de 2012. Na comparação entre fevereiro de 2012 e dezembro de 2011, o aumento no número de desocupados foi de 21,6%. Como resultado, houve crescimento no número de pessoas inativas, como estudantes e donas de casa, mas também pessoas que deixaram o mercado de trabalho e não têm expectativa de conseguir um novo emprego em uma época em que há tradicionalmente dispensa de trabalhadores.

“Essa população foi para a inatividade”, explicou o coordenador do IBGE. “O mercado retém menos trabalhadores do que no ano passado, por outro lado, a população desocupada cresce menos. A gente já começa o ano com uma taxa de desocupação muito aderente à do ano passado. O mercado se mostra menos favorável a gerar postos de trabalho e, consequentemente, reduzir a desocupação.”

O número de pessoas inativas aumentou 1,0% em fevereiro ante janeiro, o equivalente a 182 mil pessoas a mais na inatividade.