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Cautela com Fed, Copom e ações de bancos puxam queda do Ibovespa

A cautela que impera no exterior, como retratado no desempenho negativo das bolsas europeias e de Nova York, contamina a B3, em dia de agenda fraca de indicadores no Brasil. Os investidores aguardam a decisão sobre juros nesta quarta-feira pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) e pelo Comitê de Política Monetária (Copom), e ainda acompanham as negociações comerciais entre China e EUA, que estão sendo retomadas nesta terça-feira, 30.

Nesta manhã de terça, o presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a criticar a China no Twitter. O presidente afirmou que o país está negociando com a China agora, mas Pequim sempre muda o acordo para seu benefício, disse. No entanto, ponderou que as conversas estariam indo muito bem. Ainda acrescentou que não há sinais de que o país vai comprar produtos agrícolas americanos, como os EUA exigem.

Conforme a CM Capital Markets, declarações ambíguas dos dois países deixam pouco claro quão próximos Washington e Pequim estão de chegar a algum tipo de entendimento em meio à atual trégua tarifária.

Nos EUA, há consenso de redução de 0,25 ponto porcentual na taxa dos Fed Funds nesta quarta-feira. Esse nível também é esperado por alguns economistas para a taxa Selic, que também será definida nesta quarta, mas há uma outra corrente que defende uma queda maior, de 0,50 ponto no juro, atualmente em 6,50%.

Na Europa, a queda das bolsas ainda reflete temores relacionados ao Brexit. A libra esterlina, frente a essa possibilidade real de saída do bloco europeu sem qualquer acordo, apresenta uma desvalorização frente ao dólar, alcançando o menor nível desde 2016, quando houve a aprovação do Brexit pela população, comenta a nota da CM.

Às 11h51, o Ibovespa caía 0,35%, aos 103.119,25 pontos. “Como não tem notícias internas, a bolsa deve acompanhar o exterior”, diz um operador, que pondera que a alta do petróleo e do minério de ferro minimiza um pouco as perdas, bem como o balanço do Itaú Unibanco e a informação de Programa de Desligamento Voluntário (PDV) pela instituição.

O PDV deve abranger 6,9 mil funcionários, mas o banco não tem ideia de quantos irão aderir ao programa, que foi motivado pelo avanço da plataforma digital.

Em relação ao balanço, o lucro líquido recorrente do Itaú foi de R$ 7,034 bilhões no segundo trimestre, o que representa alta de 10,2% em relação ao mesmo período de 2018. Conforme a instituição, o resultado deve-se ao aumento da carteira de crédito nos segmentos pessoa física e pequenas e médias empresas. No entanto, analistas ponderam que a carteira de crédito ainda continua baixa. As ações do Itaú Unibanco chegaram a ceder cerca de 3,00%, puxando os papéis dos demais bancos na B3. No entanto, reduziram a queda para a faixa de 1,8%.

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