Carro argentino é barrado na fronteira, diz Adefa

A associação argentina de fabricantes de veículos automotores (Adefa) informou hoje que as exportações argentinas de automóveis já estão sendo barradas na fronteira com o Brasil por causa da licença não automática à liberação de guias de importação para veículos determinada pelo governo brasileiro nesta semana. “Algumas empresas já foram afetadas pela medida. Elas contavam com licenças automáticas quando fizeram os embarques, mas ao chegar à fronteira as autoridades brasileiras não liberaram a entrada dos automóveis”, disse à Agência Estado o secretário-executivo da Adefa, Fernando Canedo.

Canedo não quis identificar as montadoras atingidas, mas a Agência Estado apurou com fontes do mercado que seriam três – Mercedes-Benz, Toyota e General Motors. “Hoje são apenas três, mas nos próximos dias serão todas as montadoras porque a chegada à fronteira dos caminhões depende do dia dos embarques”, disse a fonte.

Para a Adefa, a decisão do Brasil de impor licença não automática a veículos, autopeças e pneus causou surpresa porque não houve nenhuma informação nem para as montadoras no Brasil nem na Argentina, tampouco para o governo de Cristina Kirchner. No entanto, Canedo estimou que ambos os governos vão negociar uma solução para o problema. “Minha leitura é de que esse anúncio é uma retaliação à Argentina em razão das barreiras que afetam uma série de produtos brasileiros. Mas acredito que, passado este primeiro momento, representantes dos governos vão sentar e negociar”, opinou.

Canedo lamentou a situação, opinando que entre os países sócios do Mercosul não deveria haver restrições ao comércio. “Além de resolver esse problema no curto ou no médio prazo, é preciso eliminar esses tipos de medidas não-tarifárias na zona dentro do Mercosul”, destacou.

Apesar do mercado interno aquecido, a indústria argentina é impulsionada especialmente pelas exportações ao Brasil. De janeiro a abril, a Argentina exportou 142.773 das 231.918 unidades produzidas no período. Do total exportado, 117.065 – ou 82% – foram para o mercado brasileiro.

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