Carlos Lessa explica compra de ações da Vale do Rio Doce

Rio – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, disse hoje que encerrou o assunto da compra de ações da Valepar, controladora da Companhia Vale do Rio Doce. Lessa explicou que a composição acionária da Valepar não dava nenhuma tranquilidade ao BNDES e a compra teve como objetivo garantir que a empresa continuasse sob controle nacional. “Eu quero dizer a vocês e nunca mais falarei disso, porque eu já estou cansado. Compramos as ações muito barato. Acho que fiz um negócio impecável para a soberania brasileira e não falo mais sobre isso, ponto”, disse com um tom de irritação.

Segundo Lessa, quando funcionários da Vale ofereceram as ações ao banco, ele sabia que somente a Banespar poderia efetuar a transação. No entanto, o Bradesco recentemente tinha vendido um lote para japonesa Mitsui. Ainda segundo ele, caso a Mitsui comprasse as ações do funcionários, ela teria mais de 25 por cento do controle da Valepar, e passaria a ter uma participação exatamente igual ao bloco brasileiro. “A Vale teria se tornado uma empresa Nipo-Brasileira. Quando para nós, a Vale do Rio Doce é a segunda maior empresa desse país, é a maior de logística, a maior geradora de cambiais e é chave para o domínio da siderurgia mundial a longo prazo. Essa jóia da coroa não pode sair da soberania brasileira. Então, é muito simples”.

Carlos Lessa explicou que o valor pago pelo BNDES foi considerado barato, porque pagou um ágio de 3,5 por cento sobre o valor das ações da Vale no mercado. Na ocasião da privatização, em 1997, o grupo de controle pagou 77 por cento de ágio. Ele disse ainda que três anos após a privatização, quando houve o descruzamento acionário entre a Vale e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o Bradesco e a Previ pagaram um ágio de 110 por cento. De acordo com ele, a mineradora japonesa Mitsui pagou 26 por cento de ágio pelas ações para se associar à Valepar.

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