Carga tributária alcança recorde de 36,45% do PIB

O brasileiro nunca pagou tantos impostos. Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) realizado todos os anos, mostra que em 2002, a carga tributária no País cresceu pelo sexto ano seguido e bateu novo recorde. Enquanto em 2001 os tributos representaram 35,48% do PIB, no ano passado a proporção subiu para 36,45%. No total, a arrecadação de impostos somou R$ 476,57 bilhões em 2002, um aumento de R$ 72,82 bilhões sobre o volume arrecadado no ano anterior.

São Paulo (Das agências) – Entre os tributos de maior peso, a mordida do Imposto de Renda foi a que mais cresceu. Em 2001, o tributo abocanhou R$ 64,91 bilhões dos contribuintes. Já em 2002 o montante saltou para R$ 85,80 bilhões, um aumento de 32,19%.

A arrecadação dos impostos vinculados à Seguridade Social, entre eles, PIS, Cofins e INSS, subiu 19,16% em 2002. A maior alta foi registrada na CSSL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) que subiu de R$ 9,36 bilhões em 2001 para R$ 13,36 bilhões no ano passado, uma diferença de 42,68%.

Segundo o estudo, os brasileiros pagaram, individualmente, R$ 2.723,26 de impostos federais, estaduais e municipais em 2002. Ainda de acordo com o levantamento, a renda per capita anual da população brasileira é calculada em R$ 7.470,86. Isso significa que cada cidadão teria de trabalhar quatro meses e 13 dias para pagar impostos. Entre 1994 e 2002, o IBPT verificou um aumento de 213% na carga tributária. O período corresponde ao governo de Fernando Henrique Cardoso.

A escalada ininterrupta na relação tributos/PIB começou em 1996. Naquele ano, o índice era de 27,29%. Desde 1999 a carga tributária ultrapassou os 30% do PIB e não recuou mais. O estudo do IBPT leva em conta a arrecadação tributária desde 1986. Desde então, a carga tributária brasileira cresceu 530%, enquanto que o PIB aumentou 287% no mesmo período.

Estados

Entre os estados, São Paulo foi o responsável pela maior arrecadação em 2002. Foram R$ 192,73 bilhões, o equivalente a 40,44% do total arrecadado no Brasil. Rio de Janeiro e Minas Gerais vieram na seqüência com arrecadações de R$ 67,28 bilhões (14,12%) e R$ 34,09 bilhões (7,15%), respectivamente. O estado que menos arrecadou foi Roraima, com R$ 382,79 milhões, o equivalente a 0,08%.

Segundo o IBPT, o Distrito Federal apresenta a maior arrecadação tributária per capita. O índice no DF é de R$ 13,61 mil por pessoa, enquanto que em São Paulo, o valor é de R$ 5,04 mil.

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