Captação da Petrobras tem boa avaliação de risco

Rio

  – A emissão de US$ 750 milhões em títulos que a Petrobras está oferecendo ao mercado internacional foi classificada como BBB – pela agência Standard&Poors, o que é uma classificação dois níveis superiores ao dos títulos soberanos brasileiras (B+). Numa escala de 0 a 10, sendo 10 a melhor, a S&P deu nota 7 para a Petrobras, enquanto os títulos do Tesouro só ficam com nota 5.

Com essa colocação, o papel da estatal passa a ser “investment grade”, o que permite que seja vendido para os fundos de pensão e outros investidores institucionais americanos criando a possibilidade de oferta de juros menores. A boa classificação reflete as características da operação, que oferece garantias adicionais aos credores, conforme assinala relatório da agência.

O relatório observa que os títulos são lastreados em recebíveis a serem emitidos pela Petrobras Finance Ltd. (Pifco), uma subsidiária da estatal brasileira sediada nas Ilhas Cayman. A emissão faz parte de um programa iniciado em dezembro de 2001, que previa uma captação total de US$ 1,5 bilhão, dos quais US$ 750 milhões já haviam sido emitidos.

O programa da Petrobras tem o aval de três seguradoras de excelente rating (todas AAA), o que dá maiores garantias aos credores. Além disso, a maior empresa brasileira assumiu o compromisso de vender quantidade de petróleo suficiente para cobrir até 1,1 vez o valor da operação, em transação contratada com o Citibank.

O banco norte-americano, por sua vez, montou uma complexa engenharia financeira que resultará na venda desse óleo no mercado internacional – a preços de mercado, garantidos através de operações de hedge – com os recursos direcionados para o pagamento da dívida, caso surja algum problema na liquidação do débito. Os analistas da S&P observam que o fato de a Petrobras ser controlada pelo governo torna a operação mais arriscada porque as autoridades brasileiras poderiam lançar mão de recursos da estatal para suprir eventual necessidade de recursos.

Devido à “engenharia financeira”, esse risco torna-se bem menor. Além do que há o compromisso de manter em conta bancária no exterior recursos suficientes para cobrir pelo menos três meses de juros e principal do valor do empréstimo, informa o relatório para justificar o excelente rating da operação para os padrões brasileiros.

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