Capital de longo prazo começa a voltar ao Brasil

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse ontem que a curva de aquisição de capital no exterior está “progressivamente partindo de um empréstimo de curto prazo para outro, de longo prazo”. Segundo o ministro, este é um movimento natural da entrada de capitais estrangeiros no país. “Em qualquer país do mundo, quando se faz um ajuste depois de um choque, como foi o que nós tivemos, o primeiro momento do ajuste se faz com capital de curto prazo”, disse Palocci.

Segundo ele, depois deste primeiro momento o ajuste passa a ser feito com capital de longo prazo. “O ajuste vai se tornando de longo prazo se você mostra consistência da política econômica, ordenamento no processo institucional que o governo tem demonstrado.”

O ministro afirmou ainda que o movimento de alongamento continuará a ocorrer naturalmente, sem que o governo tenha de tomar qualquer medida.

“Há um movimento natural de alongamento dessas tomadas continuarem se alongando à medida que o governo fizer suas reformas, adotar políticas microeconômicas que são importantes para quem olha o investimento.”

Palocci descartou a possibilidade de o governo vir a taxar o capital de curto prazo neste momento. “Não vejo problema nenhum neste debate. O debate sobre medidas frente ao capital de curto prazo sempre existiu. Mas não é pauta do ministério neste momento.??

Mínimo para o café

O Ministro da Fazenda disse também, ontem, que o governo federal vai criar uma política de preços mínimos para a saca do café. Pressionado pelo Ministério da Agricultura, Palocci decidiu antecipar a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) que vai aprovar o lançamento de opções de café ? mecanismo que permite a fixação de preços mínimos para a compra da saca.

A reunião, que deveria ocorrer no dia 29, será antecipada para a próxima semana. “O ministro Roberto Rodrigues [Agricultura] disse que o prazo do dia 29 era muito longo. Vamos fazer uma reunião extraordinária”, disse Palocci, depois de se reunir com Rodrigues.

Segundo ele, o CMN que definirá os preços mínimos para a venda do café. “A decisão de valor será tomada pelo CMN.”

Entre os estudos do governo está a fixação da saca do café em R$ 205. Este valor é inferior ao reivindicado anteriormente pelos agricultores, que pediam R$ 220.

Palocci afirmou que é interesse do governo fixar medidas que incentivem a agricultura brasileira. “Esta medida é importante para a agricultura, que passa por um momento extraordinário e tem contribuído para o superávit da balança comercial.”

Segundo o ministro, o governo federal e a Fazenda tomarão todas as medidas necessárias para estimular o agronegócio. Além dos leilões de opção de café, a próxima reunião do CMN também vai discutir medidas para a estocagem do álcool.

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