Câmbio compensa queda nas exportações do Paraná

A elevação das cotações dos produtos agrícolas em dólar e o aumento do câmbio em relação ao real estão compensando as quedas nas exportações do Paraná, registradas no mês de outubro deste ano.

Diante disso, as expectativas de comercialização são otimistas, apesar das incertezas da economia em 2009, afirmou o secretário da Agricultura e do Abastecimento Valter Bianchini. “Para este ano, estamos salvos”, disse.

Na avaliação do secretário, o quadro de exportação permanece positivo para a soja e carnes de aves. Para o milho, houve uma frustração nas expectativas, motivada pelo bom desempenho da produção mundial, principalmente na União Européia que é o maior comprador. Esse quadro provocou a queda na demanda pelo milho brasileiro.

No Paraná, a queda nas exportações de soja, principal grão escoado para o mercado externo no mês de outubro, foi de 78,3% no volume exportado em relação ao mesmo período do ano passado.

Em outubro de 2007, foram embarcadas 394.483 toneladas contra 85.760 toneladas em outubro deste ano. Na avaliação de Bianchini, o quadro reflete o final da colheita de soja no Estado onde 93% da safra foram vendidas. As exportações feitas até agora correspondem a 36% da safra 2007/08, avaliada em 11,71 milhões de toneladas.

Levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) constatou a queda nas cotações internacionais da soja no mês de outubro, mas ainda assim permanecem elevadas. O preço médio recebido pelas exportações que era de US$ 319,81 a tonelada em outubro de 2007 aumentou para US$ 504,11 a tonelada em outubro deste ano.

O aumento na cotação e no câmbio em relação ao real refletiu no mercado interno. Neste mês de novembro, o preço médio pago ao produtor é de R$ 41,80 a saca, enquanto que a média de novembro de 2007 foi de R$ 37,91 a saca.

Outros produtos

No caso do milho, o recuo na expectativa do mercado exportador é mais preocupante. O produtor paranaense reagiu e plantou menos nesta safra 2008/09, o que levará a uma redução na oferta do produto no início do ano que vem.

Segundo o Deral, os produtores paranaenses reduziram em 6,5% a área plantada que caiu de 1,38 milhão de hectares cultivados com milho na safra anterior (07/08) para 1,30 milhão de hectares cultivados na atual safra (08/09).

Por seu lado, o volume de carne suína embarcada caiu de 31,75 mil toneladas no acumulado de janeiro a outubro de 2007 para 27,62 mil toneladas em 2008, mas a receita subiu de US$ 53 milhões em 2007 para US$ 66,8 milhões este ano no mesmo período. A redução nas exportações de carne suína começa a refletir no mercado interno onde os preços caíram 20% neste mês de novembro.

As exportações de frango não foram afetadas pela crise econômica mundial e a expectativa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) é que a carne de aves continuará se destacando entre as mais negociadas no mercado internacional, respondendo por 43% de todo o comércio de carnes no mundo.