Calor eleva o consumo (e o preço) das bebidas

Com o aumento da temperatura nos últimos dias, aumentou também o consumo de bebidas. As distribuidoras de água mineral registraram um crescimento em torno de 40% nas vendas. O mesmo aconteceu com a cerveja e o refrigerante, que somaram um aumento superior a 50%, se comparado com os demais meses do ano. Mas até o fim do mês o consumidor pagará mais caro por esses produtos, pois as indústrias já estão prevendo um reajuste de 10% nos preços.

O gerente de um supermercado no bairro das Mercês, em Curitiba, Reinaldo Ferrache, disse que as vendas estouraram no último fim de semana. “Vendemos quase todo o estoque de cerveja que tínhamos na loja”, revelou. Para ele, o consumidor aproveitou o feriado de sábado e as altas temperaturas para consumir mais. Ferrache disse as vendas de água mineral estão constantes últimos quatro meses, e agora no verão a tendência é aumentar ainda mais. O comerciante Edson Linhares também registrou um crescimento nas vendas de água mineral. “O consumidor que comprova um garrafão de 20 litros por semana, agora compra um a cada dois dias”, afirmou. O empresário Marcos Pacheco, dono de uma distribuidora de bebidas, também está comemorando as vendas. “A água mineral cresceu cerca de 40% o consumo, e a cerveja perto de 30%. Isso só nos últimos dias que fez calor”, comenta Pacheco. Ele afirmou que as companhias ainda não divulgaram aumento nos preços, mas acredita que eles serão reajustados.

Procon

E ele está certo. O diretor de marketing do grupo Spaipa ? grupo responsável por grandes marcas de refrigerante, cerveja e água mineral vendidas no mercado ?, Rinaldo Dalaqua, disse que mesmo com o aumento no consumo, os preços deverão ser majorados em 10% até o fim do mês. Segundo ele, isso acontecerá em função do aumento do dólar. “Todos os insumos estão dolarizados, e tem impacto direto no produto final”, comentou. Dalaqua disse que o crescimento no consumo nessa época do ano já é esperado pelo setor, mas nesse mês de outubro o aumento foi bem maior que o mesmo período do ano passado. Os refrigerantes cresceram 46%, a cerveja 38% e o consumo de água mineral mais de 150%.

O coordenador estadual do Procon, Naim Akel afirmou que como não existe tabelamento de preços, o mercado está livre para reajustar os preços dos produtos. Segundo ele, os comerciantes estão tentando obter o maior lucro possível com as vendas, e somente o consumidor tem poder para mudar esse panorama. “Cabe ao consumidor dar a resposta. Se achar que um preço está abusivo, deve substituir o produto por uma outra marca ou deixar de comprar”, finalizou Akel.

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