Calçadista perde receita no exterior e revisa metas

(AE)

O setor calçadista brasileiro está revisando, para baixo, as suas metas de exportação deste ano porque, no primeiro semestre, as vendas externas, em receita, caíram 12%. Uma das responsáveis por essa queda é a Argentina, que, de segundo maior mercado para os calçados do País em 2001, passou para sétimo no primeiro semestre deste ano, perdendo para o Chile, Venezuela, México, Canadá e Reino Unido. Os Estados Unidos ainda são o maior mercado. Entre janeiro e maio, de acordo com a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), as exportações para a Argentina caíram 80%, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Crítica – O ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, que participou do lançamento da marca “Brazilian Footwear/Calzado de Brasil/Calçado do Brasil”, na Francal 2002, no parque Anhembi em São Paulo, disse que o setor precisa ser mais agressivo e fazer maior esforço de marketing para ampliar seus mercados. “Toda vez que viajo para o exterior percebo que continuamos abastecendo nossos concorrentes com couro brasileiro. Acho que o setor calçadista se acomodou um pouco, já que não vejo avanços significativos na presença no mercado internacional”, criticou Pratini, durante a sua apresentação no lançamento da marca brasileira.

O presidente da Abicalçados, Élcio Jacometti, discorda do ministro. Para o executivo da entidade, o setor não está “acomodado”, como afirmou Pratini. “O problema são os impostos em cascata”, rebateu Jacometti. De acordo com ele, o governo precisa desonerar mais produção e exportação. “Não tenho dúvidas de que, se desonerassem (a produção e a exportação), conseguiríamos, no mínimo, dobrar as exportações em três ou quatro anos”, afirmou o presidente da Abicalçados.

No ano passado, o Brasil exportou US$ 1,8 bilhão, proveniente da venda de 171 milhões de pares. Este ano, o número de pares enviados não deve cair, mas a receita sim, por causa da perda de mercado na Argentina, que enfrenta a maior crise econômica e financeira de sua história. Apenas em 2001, os argentinos deixaram de comprar 21 milhões de pares.

Este ano, o setor esperava faturar entre 10% e 15% a mais com as exportações, já que, em 2001, vendeu 5% a mais apesar da crise de energia no País e dos impactos provocados pelos ataques terroristas aos EUA no dia 11 de setembro. Em 2001 os calçadistas brasileiros faturaram US$ 1,61 bilhão com as vendas externas.

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