“Caladão” dá prejuízo a Cascavel

O blecaute no sistema telefônico que ocorreu em Cascavel na quarta-feira trouxe vários prejuízos ao comércio da cidade e sensação de insegurança nos moradores. Segundo a Brasil Telecom, operadora do sistema, o “caladão” aconteceu devido problemas no software da central digital General Osório, na cidade. A paralisação começou às 16h e durou até 22h. A Polícia Militar reforçou o número de policias nas ruas, já que era impossível entrar em contato com 16.º Batalhão pelo telefone. O coronel Antonio Amauri Ferreira Lima conta que em dias normais a companhia chega a receber 700 telefonemas, sendo que cerca de 100 são ocorrências que precisam da atuação policial. Diariamente nove viaturas fazem ronda na cidade, mas ontem todas as unidades disponíveis foram às ruas. No total eram 16 carros e 32 policiais. De acordo com o coronel Amauri nenhum assalto ou crime foi registrado na cidade motivado pela falta de comunicação.

Prejuízo

Mas quem não gostou mesmo do “caladão” foram os comerciantes. O gerente do Lembrasul Supermercado, Ricardo Kupfer, disse que nem contabilizou os prejuízos para não ficar nervoso. Ele conta que o estabelecimento deixou de realizar pedidos com fornecedores e questões importantes que deveriam ser resolvidas na quarta-feira com a matriz tiveram que ficar para ontem. Outro problema criado foi a baixa nas vendas, já que muitos clientes usam cartão para realizar as compras. “Tinha gente que chegava no caixa e acabava deixando tudo no carrinho. O pior é que saiam achando que o supermercado tinha culpa no que estava acontecendo”, relatou.

Os hotéis da cidade também tiveram problemas para operar. Segundo a gerente do Deville Hotéis e Turismo, Nádia Fellini de Luca, pelos menos dez reservas ficaram sem confirmação. Também houve dificuldade para realizar os serviços gerais, como pegar dados dos clientes e entrar em contato com as agência de turismo. No Hotel Copas Verde a situação foi a mesma. Reservas e outros serviços foram deixados de lado. A gerente Vera Lúcia Fiordani ressalta também que os clientes saíram muito prejudicados com a falta de comunicação com o hotel.

Na Imobiliária Avant o serviço também ficou paralisado. “Praticamente todo o nosso trabalho é feito por telefone”, explicou a gerente Ilda de Souza. Segundo ela não houve muitos prejuízos, mas o blecaute atrapalhou o andamento de muitas vendas e locações. Porém a situação trouxe até alguns benefícios, Hilda conta que pelo menos o serviço burocrático da empresa foi adiantado. “Em dias normais é quase impossível manter esta parte em ordem, já que o telefone não pára de tocar. Eu não ia achar ruim se pelo menos meia hora por dia os eles ficassem mudos”, brinca.

Segundo a Brasil Telecom a paralisação afetou o funcionamento do serviço local de 48.964 clientes de Cascavel, além das localidades/municípios de Rio do Salto, São João D’Oeste, São Luís do Oeste, Dez de Maio, São Roque e Três Barras, todos atendidos por estágios remotos (extensões), ligados à central de Cascavel.

Foi também afetado o serviço interurbano de todo o município de Cascavel, além de outros municípios vizinhos, cujas ligações interurbanas passam por pela cidade. (Elizangela Wroniski)

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