Caixa Econômica quer os sem-banco

Brasília – O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, assumiu o cargo ontem com um discurso de forte apelo social, afirmando que a instituição é do povo brasileiro e que vai reforçar seu papel como um instrumento das políticas de governo. Ele prometeu aumentar a oferta de crédito no país, recuperando a captação da caderneta de poupança e dos depósitos à vista. Para isso, Mattoso vai desenvolver um programa para ampliar o acesso bancário aos 40 milhões de brasileiros que não têm conta em banco.

” Será necessário não só recuperar o espaço histórico da caderneta de poupança, perdido devido à expansão da indústria de fundos. Mas também aumentar a captação dos depósitos à vista. Nesse sentido a ampliação do acesso bancário e do microcrédito será um compromisso nosso”, afirmou o novo presidente da Caixa.

Ele disse que a instituição não deve ser apenas um banco comercial, dentro de um mercado cada vez mais competitivo. Segundo ele, a Caixa deve assumir plenamente a função de promotora da qualidade de vida dos municípios e do desenvolvimento urbano. Um de seus desafios será mudar o foco do financiamento habitacional para famílias com renda de até três salários-mínimos.

“A Caixa é uma instituição financeira e social. Ela é o banco do povo brasileiro”, afirmou Mattoso, acrescentando que a estrutura da Caixa, presente em todos os municípios brasileiros, vai ajudar o governo Lula na execução de projetos sociais.

Mattoso admitiu, no entanto, que para isso terá que compatibilizar a eficiência e o equilíbrio econômico de uma instituição financeira com às expectativas criadas com a eleição do presidente Lula. E salientou que recebeu ordens do Ministério da Fazenda para assegurar a rentabilidade da Caixa.

“A Caixa saberá e terá a capacidade de realizar projetos sociais com toda intensidade que o país exige. Mas saberá e terá a capacidade de ser um banco público que sabe que seus financiamentos, os seus subsídios devam ser equalizados pelo orçamento para que o banco tenha uma vida longa”, disse o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que participou da cerimônia da posse.

O ministro da Fazenda destacou que não pretende repetir os erros do passado, em que a Caixa concedeu muitos financiamentos e fez crescer a dívida pública.

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