Cai a projeção de inflação

Brasília

– Depois de dois meses prevendo aumentos sucessivos, as projeções do mercado para o comportamento da inflação tiveram um recuo. As estimativas para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2003 foram reduzidas de 12,52% para 12,38%, na pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC) com um grupo de cem instituições financeiras e empresas de consultoria. Essa queda, apesar de pequena, representa uma descontinuidade da tendência verificada nas últimas semanas e será mais um elemento a ser considerado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) que começa hoje a definir a taxa básica de juros para os próximos 30 dias.

A projeção do mercado para a inflação para os próximos 12 meses também caiu de 11,21% na semana passada para 9,69%. A meta para variação do IPCA anunciada pelo BC permanece em 8,5%. Desde novembro o mercado está pessimista em relação à inflação e apenas na terceira semana de janeiro previu uma queda modesta do índice para o final de 2003, quando as projeções se reduziram de 11,23% para 11,19%.

No início do ano, as estimativas do IPCA para o final de 2003 estavam em 11% e há quatro semanas, alcançavam 11,99%. As estimativas de IPCA para 2004 continuaram estáveis em 8% ao ano. As previsões de IPCA para março subiram, na mesma pesquisa, de 0 87% para 0,90%, enquanto as previsões para abril permaneceram estáveis em 0,70%.

Com a perspectiva de uma inflação estabilizada, as projeções de mercado para a taxa Selic no fim de 2003 não subiram e permaneceram estáveis em 22% ao ano, ou seja, 4,5 pontos porcentuais abaixo da taxa atual. Isso sugere que o mercado aposta na queda dos juros ao longo dos próximos meses. As previsões para a taxa Selic no fim de 2004, entretanto, subiram de 17,9% para 18%.

Já as previsões sobre o câmbio aparentemente refletiram a queda da cotação verificada na semana passada. As previsões para a taxa de câmbio no fim de 2003, recuaram, na mesma pesquisa, de R$ 3,65 para R$ 3,61. As projeções para o câmbio, no final de 2004 caíram, por sua vez, de R$ 3,80 para R$ 3,79. O mercado estima que a dívida líquida do setor público em 2003 subirá de 55,55% do Produto Interno Bruto (PIB) para 55 65% do PIB. Para 2004 também houve um incremento de 54,25% do PIB para 55% do PIB. As estimativas de superávit primário do setor público para 2003 e 2004 ficaram estáveis em 4,25% do PIB e 4% do PIB, respectivamente.

As projeções para o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos de 2003 recuaram de US$ 4,80 bilhões para US$ 4,50 bilhões. O mesmo ocorreu para 2004, quando caiu de US$ 4,80 bilhões para US$ 4,60 bilhões. As estimativas de investimento direto estrangeiro para 2003 e 2004 ficaram estáveis em US$ 13 bilhões e US$ 15 bilhões.

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