Cafeicultores pedem R$ 2 bilhões

Brasília  – Produtores de café, liderados pelo presidente do Conselho Nacional do Café, Oswaldo Henrique Paiva Ribeiro, pediram ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso recursos da ordem de R$ 2 bilhões para a execução de um programa de ordenamento e escoamento da safra, considerada pela categoria como a maior da história, com 44,6 milhões de sacas produzidas.

Os cafeicultores pediram ainda que se prolongue de seis meses para 18 ou 24 meses o prazo para a venda do produto e a inclusão do pagamento de R$ 44 milhões obtidos de financiamento pelos cafeicultores a partir de 23 de junho de 2001, no pacote de renegociação das dívidas do setor, fechado ainda no ano passado.

De acordo com Ribeiro, o presidente Fernando Henrique pediu aos ministros da Fazenda, Pedro Malan, da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Morais, e da Casa Civil, Pedro Parente, que analisassem o pedido do setor em relação ao programa de ordenamento e escoamento da safra, assim como de ampliação de prazo de venda do produto e apresentassem uma solução até o final da semana.

Quanto à inclusão dos R$ 44 milhões no pacote de dívidas já renegociado no ano passado, o presidente do Conselho Nacional do Café disse que Fernando Henrique autorizou a operação de imediato.

O presidente da Câmara, Aécio Neves, que também participou da audiência, ao lado de outros deputados mineiros e representantes do setor, quer que o governo federal adote medidas ?possíveis e necessárias? para garantir o acesso aos produtores de recursos disponíveis no Funcafé – Fundo do café.

Dívidas

Segundo Aécio, R$ 690 milhões já foram aprovados pelo Conselho Monetário Nacional para financiamento da colheita mas, devido ao alto grau de endividamento do setor, os cafeicultores não estão conseguindo novos empréstimos.

Aécio pediu ao presidente que desburocratize a liberação das verbas do Funcafé, reduzindo as exigências para concessão de novos recursos para o setor.

Ribeiro ressaltou que esta foi a maior safra de café que o País já teve, além de o produto ser de excelente qualidade. Ele quer que o governo olhe o setor como uma fonte de recursos para o País, investindo na área. ?Queremos que o governo disponha de verbas e que elas cheguem aos produtores?, completou o presidente do Conselho Nacional do Café.

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