Bundesbank admite que QE do BCE pode impulsionar economia da zona do euro

O Bundesbank, como é conhecido o banco central da Alemanha, admitiu hoje que o agressivo programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) do Banco Central Europeu (BCE), que envolve a compra de enormes volumes de bônus soberanos, pode ajudar a impulsionar a economia da zona do euro, mas alertou que o BCE precisa normalizar sua política assim que a inflação da região voltar à meta oficial.

Há 15 meses, o BCE lançou um programa de QE no valor de 1,8 trilhão de euros (US$ 2,02 trilhões) numa tentativa de conduzir a inflação para uma taxa ligeiramente abaixo de 2%, meta que foi descumprida nos últimos três anos.

O Bundesbank tem feito forte oposição ao QE, com o argumento de que o programa reduz a pressão sobre os governos da zona do euro para realizar reformas econômicas.

Em relatório publicado hoje, o Bundesbank afirmou que seus modelos econômicos “apoiam a experiência de outras zonas cambiais, segundo a qual o relaxamento quantitativo pode ter efeito expansionista na demanda econômica e na inflação”.

O BC alemão, porém, apontou que “a incerteza sobre os efeitos é grande”, ressaltando que seus dois modelos apresentaram resultados muitos diferentes. Um dos modelos estimou que a inflação poderá ser elevada em até 2,5% até 2017, enquanto o outro previu impacto em torno de apenas 0,1%.

O Bundesbank também reiterou suas preocupações com o QE, alertando que o programa torna os governos mais displicentes no controle dos gastos.

Para o BC da Alemanha, o QE também pode levar à tomada excessiva de risco e à redução dos lucros do setor bancário. Esses efeitos colaterais deverão se agravar ao longo do tempo e poderão comprometer a capacidade do BCE de cumprir sua meta de inflação, diz o Bundesbank.

O BC alemão apelou ao BCE que comece a normalizar a política monetária assim que atingir uma taxa de inflação compatível com seu mandato, “independentemente da situação das finanças públicas ou da estabilidade financeira”. Fonte: Dow Jones Newswires.

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