Brasil vai sacar US$ 4 bi negociados com o FMI

Brasília

  – O governo brasileiro decidiu que vai sacar os US$ 4,1 bilhões liberados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) após a segunda revisão do acordo de US$ 30 bilhões firmado no ano passado. O governo pagará, em média, 4% de juros ao ano pelo dinheiro sacado, conforme o diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn. Os recursos deverão ser liberados até o final desta semana e entrarão nas reservas internacionais do BC.

Goldfajn disse que os juros a serem pagos pelo governo estão abaixo dos índices de outros empréstimos em mercado. Essa seria uma das justificativas, de acordo com ele, para o desembolso da segunda parcela do acordo.

Inflação

O governo elevou a projeção de inflação no acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Na segunda revisão do acordo, aprovada pelo Fundo, a meta central para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que serve como base para as metas de inflação), em 12 meses, terminados em setembro, subiu de 7% para 15%.

Foram mantidos os 2,5 pontos percentuais de intervalo de variação para cima ou para baixo. Ou seja, a inflação anualizada, ao final de setembro, poderá chegar em até 17,5%.

Todos os limites, por trimestre, para a meta de inflação, foram alterados. Ao final de março, a meta firmada com o FMI é de um IPCA de 15%, com o mesmo intervalo de tolerância mais ou menos 2,5 pontos percentuais contra os 8% previstos anteriormente. Para o final de junho, a meta para a inflação anualizada ficou em 16%, com intervalo de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo, o que dá um limite máximo de 18,5%. A meta anterior para o IPCA anualizado ao final de junho era de 7,5%.

O acordo com o FMI não prevê meta para dezembro, já que ele se encerra neste ano. A meta de inflação ajustada de 8,5% para 2003, definida pelo Banco Central, não faz parte do acordo.

Antes das revisões anunciadas ontem, o governo já tinha sinalizado que a inflação somente volte a uma trajetória dentro da meta a partir de 2004. Por isso, já era esperada uma revisão das previsões dentro do novo acordo com o FMI.

Dívida

A dívida líquida do setor público poderá chegar ao final de setembro em R$ 985,6 bilhões. A meta indicativa consta do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e foi definida na segunda revisão, aprovada pelo Fundo.

Até a primeira revisão do acordo, a previsão do governo era de que a dívida líquida chegasse ao final de setembro em até R$ 930 bilhões.

Os limites para a dívida, definidos por trimestre, ficaram em até R$ 945,7 bilhões para o final de março; até R$ 961,1 bilhões para o final de junho e até R$ 985,6 bilhões até o final de setembro.

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