Brasília
– O governo brasileiro anunciou ontem que uma missão chefiada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, e o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, viajará hoje à noite para Washington para um encontro com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo as assessorias do ministério da Fazenda e do Banco Central, a missão dará seqüência aos entendimentos que já vinham sendo mantidos com o FMI. Ontem, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, conversou como diretor-gerente do Fundo, Horst Köhler, e acertou a viagem da missão brasileira.Malan, voltou a afirmar que o acordo que está sendo negociado pelo governo com o Fundo será acertado em breve. Ele criticou a onda de rumores que atingiu o mercado financeiro na sexta-feira passada, pressionando pela divulgação do acordo: “Houve uma expectativa gerada pelos mais afoitos de que seria na quinta-feira ou na sexta-feira. Deixei claro que chegaremos a um entendimento em breve. Não tem sentido que definam dia e hora para o anúncio. Ele será feito quando chegarmos a um entendimento”.
Ao ser perguntado sobre o que estaria pendente para a conclusão das negociações, ele fez questão de ressaltar que o Brasil continua tendo o apoio internacional e que isto deverá ser expresso oficialmente. “Estas coisas não se definem em 24 horas ou 48 horas. As negociações estão em andamento e caminhando bem. Não pensamos em apresentar um papel que os candidatos assinem. O Brasil tem o apoio internacional, que não será expresso apenas em palavras”, disse o ministro.
Malan lamentou que o secretário do Tesouro americano, Paul O?Neill, tenha mencionado Brasil e Argentina sem distinção quando comentou a possibilidade de uma ajuda a esses países. “É lamentável que o Brasil tenha sido colocado em conjunto com outros países em crise”,disse o ministro. “O que está sendo solicitado é compromisso com vários fatores, como a inflação baixa e o respeito a contratos. Não precisamos de conselho a esse respeito”, reagiu.