Brasil será “agressivo” na briga por novos mercados

Brasília – O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse ontem, depois de encontro com o comissário de Comércio da União Européia, Pascal Lamy, que o Brasil será bastante agressivo para tentar abrir o mercado europeu para seus produtos. Em seu ?tour? pelos ministérios, que incluiu visitas a Indústria e Comércio Exterior e Agricultura, o comissário afirmou que a União Européia é conservadora na abertura, mas que o Brasil é modesto na sua pauta. E pediu sugestões claras ao governo brasileiro.

Palocci dirigiu suas críticas ao protecionismo agrícola da Europa, afirmando que o Brasil é altamente competitivo no setor, mas enfrenta hoje barreiras dos países mais ricos.

– O país tem que ser bastante ofensivo, eu diria até agressivo, no bom sentido da palavra. Temos dito aos europeus que queremos relações comerciais abertas. Mas elas não podem ser abertas apenas onde interessa aos países mais ricos. O Brasil tem alta competitividade agrícola e nos interessa, evidentemente, uma abertura dos mais ricos. E eles são extremamente protecionistas nessa área.

Lamy começou sua agenda em Brasília com um encontro com o ministro da Saúde, Humberto Costa. Depois ele seguiu para o Ministério da Fazenda e, em seguida, encontrou-se também com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.

Furlan afirmou, depois do encontro, que a conversa com Lamy foi muito amistosa. Segundo o ministro, o comissário europeu continua empenhado no incremento das relações comerciais entre a União Européia e os países do Mercosul.

Do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, Lamy ouviu que a abertura comercial agrícola dos países mais ricos em relação aos países em desenvolvimento pode ajudar a reduzir a exclusão social mudialmente.

Depois do encontro com Lamy, o ministro informou que o comissário reconhece que a proposta da União Européia para as negociações de abertura comercial agrícola para o Mercosul é conservadora, mas, por outro lado, a proposta do Mercosul também é modesta. Rodrigues disse concordar com Lamy.

Para Rodrigues, o Mercosul precisa definir prioridades nas negociações agrícolas para que elas avancem. Rodrigues informou que Lamy pediu que o Brasil e seu parceiros do Mercosul apresentem claramente quais são suas prioridades nas negociações agrícolas.

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