Brasil propõe órgão supervisor global para crise

O Brasil irá propor que seja criado um órgão supervisor global, ou um “supervisor dos supervisores”, para acompanhar os mercados financeiros que hoje estão globalizados e integrados. A informação consta do documento elaborado ao final do encontro dos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G-20, reunidos em São Paulo. A proposta será levada como sugestão para a reunião de cúpula de chefes de Estado do G-20, que será realizada no próximo dia 15, em Washington. De acordo com o documento, esta instituição supranacional eventualmente poderia ser o Fundo Monetário Internacional (FMI), desde que este passe por reformas.

Resumidamente, o documento de nove páginas diz que as medidas recentes apresentadas pelos governos internacionais começaram a surtir efeitos positivos e estabilizadores de curto prazo, mas ainda resta a tarefa de normalizar os canais de crédito e os fluxos financeiros. O texto reforça a necessidade de se iniciar imediatamente negociações para redefinir o sistema financeiro internacional. Para isso, será necessário rever instituições e regras, bem como os fundamentos de legitimidade e representação. Em outras palavras, diz a proposta, há necessidade de se instituir um regime de Bretton Woods 2.

A proposta brasileira está sendo detalhada em entrevista coletiva do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A reunião dos ministros e presidentes de bancos centrais foi encerrada hoje, em São Paulo. De forma geral, a proposta está em linha com os discursos realizados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo próprio Mantega nos primeiros dias da reunião do G-20. Segundo o documento divulgado há pouco, os organismos e fóruns internacionais e as regras e práticas internacionais vigentes mostraram-se comprovadamente insuficientes. “Foram reprovados no teste da história”, resume o texto.