Brasília – O Brasil assumiu a primeira posição no ranking de exportadores de carne bovina, de acordo com o resultado das exportações entre janeiro e setembro. Os embarques brasileiros somaram 930 mil toneladas, ultrapassando em 60 mil toneladas a Austrália, de acordo com dados apresentados ontem pelo presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. Nos nove meses do ano, as exportações brasileiras cresceram 38% em relação às 670 mil toneladas entre janeiro e setembro de 2002.
Os preços médios de exportação da carne também estão em recuperação. Em janeiro deste ano, os preços médios eram de US$ 1.549 por tonelada, valor que chegou a US$ 2.098 por tonelada em setembro. “O consumo mundial de carne bovina está crescendo. Na Europa, a demanda está em plena recuperação”, afirmou Nogueira. No entanto, os preços estão abaixo dos praticados antes da crise da vaca louca na Europa, quando a carne brasileira era vendida por cerca de US$ 2.700 por tonelada. “Estamos 27% abaixo dos valores históricos, mas a tendência é de recuperação de preços”, completou.
A estimativa da CNA é de que o Brasil exportará 1,3 milhão de toneladas de carne bovina em 2003. Nogueira não descarta a possibilidade de os embarques chegarem a 1,4 milhão de toneladas. Nogueira lembrou que os Estados Unidos, importante concorrente do Brasil, devem exportar 1,160 milhão de toneladas de carne bovina em 2003. Em 2002, foram embarcadas cerca de um milhão de toneladas. As vendas no acumulado do ano renderam US$ 1 bilhão ao País, ante US$ 762 milhões em igual período de 2002. “O Brasil será neste ano o maior exportador mundial de carne bovina”, comemorou.
Aftosa – Os recentes focos de febre aftosa detectados nos rebanhos da Bolívia, Paraguai e Argentina não prejudicam a meta brasileira de abrir o mercado americano para a carne bovina “in natura” no primeiro semestre de 2004. “Os focos de aftosa foram registrados em regiões que estão muito distantes da fronteira com o Brasil”, informou Nogueira.