Brasil e México negociam acordo de livre comércio

Brasília

(das agências) – Os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Vicente Fox querem o estabelecimento de um acordo de livre comércio entre o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e o país norte-americano, segundo consta em uma declaração conjunta divulgada ontem.

O primeiro passo neste sentido foi dado com a assinatura de um acordo de complementação econômica bilateral, que permite incrementar e fortalecer o comércio recíproco e assentar os fundamentos para a promoção dos investimentos, as associações estratégicas entre empresários, o fomento das pequenas e médias empresas e a complementação de setores industriais, como o automobilístico.

Neste último setor, Fox pretende firmar em Buenos Aires, durante a cúpula do Mercosul, na próxima sexta-feira, um acordo que prevê a ampliação das cotas de importação de veículos e autopeças, até que em 2006 o comércio seja totalmente liberalizado.

Além das relações comerciais, os dois presidentes também destacaram o papel ativo das duas maiores economias latino-americanas da região na democracia, no meio ambiente, assim como a necessidade de definir um novo sistema de segurança hemisférico.

Os dois mandatários também manifestaram sua preocupação com o terrorismo, com a ausência de progresos em matéria de desarmamento nuclear e seus efeitos na manutenção da paz e da segurança internacionais.

Intercâmbio comercial

O chanceler brasileiro Celso Lafer e o secretário de Comércio mexicano, Luis Ernesto Derbez firmaram ontem, em Brasília, um acordo de complementação econômica, destinado a promover os intercâmbios comerciais e os investimentos entre os dois países, no âmbito da visita oficial do mandatário mexicano, Vicente Fox, ao Brasil.

No documento, assinado ao amparo do Acordo de Montevidéu de 1980, os dois governos estabelecem normas para suas relações econômicas e comerciais, a fim de promovê-las e intensificá-las e a estimular os investimentos privados nos dois países.

Também estabelece um mecanismo de solução de controvérsias comerciais.

Em relação ao acordo automobilístico, que prevê a liberalização do comércio do setor para 2006, será assinado sexta-feira durante a cúpula do Mercosul em Buenos Aires e fará parte de um acordo maior entre as duas partes.

Esse acordo significa um aumento das cotas de exportação ao México, que se iniciam com 140.000 veículos em 2002 e aumentam gradualmente até as 210.000 unidades em 2005, antes que em 2006 sejam suprimidas as restrições.

Também foram firmados outros acordos intra-institucionais nos âmbitos cultural, financeiro, cinematográfico, educativo e de investimentos.

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