As economias da América Latina e do Caribe continuam desafiando as expectativas e o crescimento da região deverá ser de 5,7% neste ano e de 4% em 2011, informou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI), no relatório World Economic Outlook. O FMI elogiou especialmente o Brasil, o Chile, a Colômbia e o Peru – grupo que a instituição chamou de “LA-4”. A instituição espera que o Brasil cresça à taxa de 7,5% neste ano e de 4,5% em 2011.

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A estrutura política dos quatro países é geralmente descrita como mais orientada pelo mercado do que as de países como Argentina e Venezuela. “Impressionantes melhoras nas estruturas de política macroeconômica durante as últimas duas décadas, combinadas com políticas acomodatícias, condições de financiamento externo fáceis e forte preços das commodities, estão guiando uma robusta recuperação no LA-4”, afirmou o FMI.

No Chile, a estimativa é de expansão de 5,0% em 2010 e 6,0% em 2011, enquanto a economia do Peru deverá crescer 8,3% e 6%, respectivamente. Para a Colômbia, a previsão é de expansão de 4,7% e 4,6%. O crescimento na Argentina deverá ser de 7,5% neste ano e de 4% em 2011, enquanto na Venezuela a recessão deverá prosseguir, com contração de 1,3% neste ano e expansão de apenas 0,5% em 2011. Para o México, que é separado desses países por causa de sua grande dependência do mercado norte-americano, a previsão é de crescimento de 5% em 2010 e 3,9% em 2011.

Segundo o FMI, a prioridade para a região agora é desfazer as medidas de estímulo econômico implementadas durante a recente crise financeira global, com primeiro foco na retirada dos estímulos fiscais e com os estímulos monetários sendo desativados mais lentamente. O FMI também aprovou o uso seletivo de controles de capital para limitar o fluxo de dinheiro.

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No entanto, destacou que isso deveria ser acompanhado de “continuada flexibilidade de duas mãos na taxa de câmbio para desencorajar fluxos de entrada de capital, consolidação fiscal (…) e uma melhor supervisão e monitoração do setor financeiro”.

EUA

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A lenta recuperação econômica dos EUA poderá ser ainda mais fraca do que o esperado nos próximos trimestres, disse o FMI, no relatório. O fundo prevê agora que o PIB do país crescerá 2,6% em 2010 e 2,3% em 2011, ante a projeção anunciada em junho, de altas de 3,3% e 2,9%, respectivamente.

No documento, o FMI ofereceu um panorama sombrio para a economia norte-americana, prevendo que o desemprego permanecerá “obstinadamente elevado” e o consumo continuará a ser pressionado. “A perspectiva mais provável para a economia dos EUA é de uma recuperação contínua, mas lenta, com um crescimento muito mais fraco do que em recuperações anteriores, considerando a profundidade da recessão”, disse o FMI.

Além disso, o relatório destaca que os riscos para as projeções do fundo “continuam elevados e estão inclinados para o lado negativo”. “Os mercados imobiliários residencial e comercial ainda estão frágeis. Novas baixas contábeis de empréstimos em bancos de pequeno e médio porte poderiam inibir a recuperação das condições normais de crédito”, destacou o FMI. As informações são Dow Jones.