“Brasil começa a sair da recessão”

A produção industrial brasileira divulgou na última semana “números inesperadamente positivos”, segundo reportagem publicada ontem no Financial Times, o que indica que o país estaria saindo da recessão. De acordo com o jornal, “a questão agora é saber se a incipiente recuperação brasileira é sustentável”.

Para o diretor de relações de investimento da Duratex – fabricante de artigos para construção -, Álvaro de Castro esse é o começo de “algo durável” na economia, “de crescimento sustentável”.

Apesar de não ter muito o que comemorar porque os lucros operacionais e líquidos da Duratex foram todos inferiores aos do terceiro trimestre do ano passado, Castro diz, segundo o jornal, que a confiança e o poder aquisitivo estão em alta, “o que deve se traduzir em aumento das vendas no início do quarto trimestre”.

Por outro lado, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informa que os rendimentos dos trabalhadores diminuíram 14,6% de setembro do ano passado a setembro de 2003.

Já o economista da empresa de consultoria Tendências, Juan Jensen, afirma que “os aumentos salariais recentes da ordem de 10% a 20% compensaram a inflação de 12% acumulada no período de 12 meses encerrado em outubro deste ano”. Para o economista, a expectativa é de que a inflação deve cair cerca de 6% nos próximos 12 meses.

De acordo com o IBGE, a produção industrial em setembro aumentou 4,3% em relação a agosto. E a produção de bens de capital aumentou 8% e a de bens duráveis 5% em setembro.

Segundo a reportagem do jornal inglês, as empresas que resistiram à recessão do primeiro semestre eram em sua maioria exportadoras ?como a Suzano e a VCP, no setor de papel e celulose, e a CSN e a CST, no setor siderúrgico.

O jornal cita ainda “outras boas notícias para a economia”, como o fato do Brasil ter fechado um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) na última semana e a nova avaliação da agência Fitch Ratings, que elevou a nota do país de “B” para “B+”.

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