O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira, 12, que, com mais previsibilidade na economia, resultante de medidas do governo Michel Temer, a recessão já terminou. “Já saímos da maior recessão da história do Brasil”, disse, em entrevista coletiva após participar de almoço com empresários no Rio.

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Ele destacou a desaceleração da inflação, com o IPCA abaixo da meta perseguida pelo Banco Central (BC) no acumulado em 12 meses até abril. Para Meirelles, isso significa a normalização da economia brasileira. “As condições estão dadas, agora cabe aos empresários investir”, disse Meirelles, frisando que “estamos no caminho certo, mas no início ainda”.

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Tanto na entrevista quanto no discurso do evento, Meirelles afirmou que a inflação controlada permite um aumento do poder de compra e da renda dos trabalhadores.

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IBC-Br

O ministro da Fazenda afirmou em discurso que já é esperado que o IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central, seja negativo em março. Mesmo assim, para o primeiro trimestre, a expectativa é de alta. Segundo Meirelles, os dados positivos de janeiro e fevereiro compensarão março.

“Nossa expectativa é que o IBC-Br seja acima de 1% no primeiro trimestre sobre o último trimestre do ano passado. É a previsão da maioria dos economistas”, disse o ministro, ressaltando que a expectativa é baseada em projeções do mercado e não da Fazenda.

No discurso, em evento no Rio, o ministro disse que há evidências de que a economia cresceu no primeiro trimestre, como os indicadores de consumo de energia, produção de aço e de automóveis e de papelão ondulado.

Ao comentar a perspectiva de crescimento no primeiro trimestre durante o discurso, Meirelles destacou o “desempenho excepcional” da agricultura. Para o ministro, o setor é um exemplo de modelo de negócios para o País buscar o crescimento com ganhos de produtividade. Meirelles destacou que o crescimento da agricultura se deu com investimento de capital, tecnologia e inserção internacional.

Meirelles reconheceu, porém, que o mercado de trabalho demorará mais para reagir à recuperação. Em entrevista, o ministro previu que uma melhora do emprego ficará para o segundo semestre do ano.

No fim do discurso, o ministro adotou tom otimista, lembrando que o País está em tratativas para aderir à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e defendendo as reformas microeconômicas, como os ajustes na lei de recuperação judicial. “A crise histórica é uma histórica”, afirmou Meirelles.

Transparência

Meirelles disse ainda que o Brasil está passando por um novo momento de transparência e que as investigações em geral são extremamente positivas para o País. A avaliação foi feita após ser questionado a respeito da operação da Polícia Federal desta sexta, a respeito de aportes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na JBS.

“Precisamos passar essa fase e cada vez mais reforçar as instituições no Brasil”, comentou. Ele afirmou ainda que ira aguardar para saber quais são as conclusões das investigações. “Faz parte do Estado de direito e da democracia”, acrescentou.

O ministro destacou também que a atual presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, não tem responsabilidade sobre questões do passado. A respeito da liberação de empréstimos pelo BNDES, disse que a retomada da economia vai gerar a retomada de projetos. “A partir daí o BNDES vai voltar a emprestar em toda a dimensão”.

Ele disse que um dos pontos fortes da administração do BNDES hoje é a “capacitação técnica e alta reputação” de Maria Silvia.