Bradesco compra carteira do JP Morgan

O Bradesco anunciou, ontem, a compra da carteira de fundos de investimentos e valores mobiliários do banco norte-americano JP Morgan que, com a venda, reduz suas operações no Brasil. A operação, que deverá ser concluída no prazo de até 60 dias, envolve a transferência de cerca de R$ 7 bilhões em recursos de terceiros que eram administrados pelo JP Morgan para o Bradesco.

A partir de agora, o banco norte-americano pretende focar suas atividades somente em grandes investidores, com operações de ??private banking??, investiment bank (operações de fusões e aquisições, empréstimos sindicalizados e captações externas) e tesouraria.

O presidente do JP Morgan, Patrick Morin, disse ontem que a decisão de vender sua carteira de fundos de investimentos e valores mobiliários para o Bradesco não está relacionada com a mudança política no Brasil. Segundo ele, a operação é resultado de um processo que começou há mais de seis meses, devido dificuldades do banco de conseguir crescer nesse mercado no país.

Ele garantiu, porém, que o foco do banco no Brasil ??não vai mudar daqui para frente??. ??Continuamos forte e pretendemos manter os esforços na área de banco de investimentos. O JP Morgan está comprometido com o mercado. Infelizmente o banco de investimento tem sofrido nos últimos meses, mas tenho certeza que esse mercado voltará a crescer. Somos investidores de longo prazo no Brasil. Estamos aqui há 60 anos.??

O valor da transação entre o Bradesco e o JP Morgan não foi informado. ??Não compramos uma pessoa jurídica, não compramos uma empresa, portanto qualquer cálculo que se faça é inadequado. Compramos os direitos de administrar os recursos de terceiros??, disse o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano.

Com a aquisição, o Bradesco eleva para cerca de R$ 60 bilhões o total de recursos de terceiros que administra, sem considerar os R$ 2,5 bilhões referentes à compra do espanhol BBVA, informou Cypriano.

Ainda assim, o Bradesco não supera o Banco do Brasil, que administra cerca de R$ 66 bilhões de terceiros, de acordo com dados da Anbid (associação dos bancos de investimento), mas passa o Itaú, com administração e aproximadamente R$ 56,791 bilhões. Os dados da Anbid são de dezembro do ano passado.

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