Bovespa perde 1,86% hoje, prejudicada por juro norte-americano

A alta dos juros dos títulos norte-americanos, que nesta terça-feira (12) atingiu o maior nível em cinco anos, refletindo a preocupação crescente dos investidores com as pressões inflacionárias nas maiores economias do mundo, puxou para baixo a Bolsa de Valores de São Paulo. O Ibovespa, principal índice, encerrou os negócios com perda de 1,86%, aos 51.797 pontos.

As preocupações com a possibilidade de uma rodada de aperto monetário (aumento das taxas básicas de juros) em várias partes do mundo foi avivada nesta terça-feira pela aceleração da inflação na China, que subiu para 3,4% em maio, ante 3% em abril, e também pelo crescimento forte da produção industrial na Índia, de 13,6% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado. Nesta terça-feira, foram computadas também nos preços das ações as declarações do presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, que disse ontem que o banco central inglês poderá ter de elevar novamente as taxas de juros se houver sinais de que as pressões inflacionárias continuam muito altas.

Essas notícias, somadas às sinalizações emitidas por autoridades monetárias de outros países, como Nova Zelândia, Japão, Coréia do Sul e até Suíça, levaram o juro do título americano com vencimento em 10 anos para o nível de 5,27% ao ano, o pior em cinco anos e acima da taxa básica de juros do país (Fed Funds), de 5,25% ao ano. O mercado começa a especular com a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) vir a elevar a taxa básica de juros nos EUA no final do ano, mas é ainda um movimento tímido.

Com juros americanos em alta, o mercado de títulos públicos, que já é bastante procurado por oferecer aplicações quase sem risco, torna-se ainda mais atraente. Dessa forma, parte dos recursos aplicados em ações migra para o mercado de títulos, provocando queda nas bolsas.

O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, terminou o dia em baixa de 0,97%, ainda que o título americano de 10 anos tenha reduzido a alta da taxa da máxima no dia de 5,27% para 5,2547% às 17 horas (de Brasília) – ainda assim 1,90% superior à taxa de ontem.

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