Bovespa desaba e dólar volta a subir

A Bovespa desabou ontem e o dólar subiu em uma quinta-feira marcada pelo preço recorde do petróleo e novas denúncias contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O Ibovespa fechou em forte queda de 3,82%, aos 21.330 pontos, com volume financeiro de R$ 1,320 bilhão, acima da média diária do ano (R$ 1,1 bilhão). A moeda americana avançou 0,52% e encerrou vendida a R$ 3,071. O risco Brasil chegou a subir mais de 3% e superou 600 pontos, refletindo a desvalorização dos títulos da dívida externa.

O petróleo bateu valor recorde de US$ 44,41, após o governo russo congelar novamente as contas da gigante petrolífera Yukos, levantando dúvidas sobre a retomada da produção pela empresa e sobre a oferta mundial do óleo. E, ontem à tarde, a revista Veja divulgou, em seu site, que o presidente do BC tem uma conta não-declarada no exterior e que movimentou pouco mais de US$ 50 mil para uma outra conta de doleiros investigados pela CPI do Banestado por suspeita de lavagem de dinheiro.

As maiores perdas atingiram as ações de energia. O IEE, índice que reúne os principais papéis do setor, encerrou em baixa de 5,6%. Em julho, as ações das elétricas subiram bastante após a divulgação dos decretos que regulamentam o setor. A ação ON da Eletrobrás caiu 10,2%, a maior perda do Ibovespa. A estatal informou que, até dezembro, vai converter uma dívida de R$ 3,3 bilhões em ações, fazendo um aumento de capital. Para analistas, a emissão de novas ações – a serem entregues aos credores – diluirá a participação dos acionistas.

Só duas ações (Embraer e Embratel) escaparam do tombo geral. O papel PN da Embraer subiu 1,8%. A empresa confirmou interesse em participar da privatização do grupo estatal português Ogma, que faz manutenção e vistoria de aeronaves. Já ação ON da Embratel fechou quase estável (+0,3%).

Nos EUA, as Bolsas tiveram fortes perdas, o que contribuiu para a forte queda da Bovespa. O índice Dow Jones caiu 1,61%, enquanto a Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 1,80%.

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