Os subsídios ilegais canadenses para a exportação de aviões da Bombardier no ano passado foram superiores àqueles concedidos pelo Brasil à Embraer, segundo documentos da OMC (Organização Mundial do Comércio). O Brasil concedeu US$ 1,253 milhão de subsídio por avião exportado pela Embraer no período de 1996 a 2000. No caso da Bombardier, o subsídio ficou em US$ 3,933 milhões por aeronave subsidiada. Os dados foram divulgados pelo Itamaraty.

Embora a ajuda canadense por aeronave seja maior que a brasileira, o país terá um direito de retaliação menor que o canadense, segundo decisão dos árbitros da OMC. Os dois países travam um conflito na organização contra os subsídios concedidos às respectivas empresas.

A organização estipulou que o Brasil poderá retaliar o Canadá em US$ 257,8 milhões por causa dos prejuízos causados por conta dos subsídios à Bombardier. O país havia pedido originalmente um direito de retaliação de US$ 3,36 bilhões.

A retaliação permite que o Brasil barre a entrada de produtos canadenses no mercado interno ou consiga concessões comerciais para a entrada de produtos nacionais no mercado do Canadá.

O Canadá conseguiu, em 2000, autorização para retaliar o Brasil em US$ 1,4 bilhão. ??Nem o Brasil nem o Canadá desejam usar o direito de retaliação?, afirmou o subsecretário de Assuntos de Integração, Econômicos e Comércio Exterior do Itamaraty, Clodoaldo Hugueney. O governo canadense diz que não usou o direito de retaliar o Brasil e que vai continuar a incentivar a empresa de seu país.

A diferença no valor total das retaliações se deve ao número de transações que foram condenadas pela OMC. O Canadá conseguiu provar a existência de subsídios ilegais na venda de 1.018 aviões. O Brasil, de 63. O Itamaraty havia pedido a condenação da venda de 150 aviões, cujo valor do negócio era de cerca de US$ 3,36 bilhões.

Os US$ 257,8 milhões de retaliação a que o Brasil tem direito se referem ao valor dos subsídios concedidos na venda das aeronaves. Hugueney criticou a metodologia de contabilizar apenas o valor dos subsídios ao invés do valor total dos negócios (US$ 3,36 bilhões).

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