Bom Negócio capacita 613 empreendedores em um ano

Ademir do Carmo da Silva e Rodrigo Korgut fazem parte do grupo de 613 microempreendedores que foram capacitados pelo Bom Negócio, desde que o programa foi implantado, em abril de 2005. O programa, coordenado pela Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (Curitiba S.A.), oferece palestras que tratam da gestão de negócios, finanças pessoais e empresariais, marketing e vendas e qualidade empresarial.

?Com o Bom Negócio, a administração Beto Richa dá oportunidade aos microempreendedores da cidade, formais ou não, para que cresçam e se solidifiquem no mercado?, diz Juraci Barbosa Sobrinho, presidente da Curitiba S.A., que é responsável pela política de desenvolvimento econômico e empresarial do município. Pelo programa, os futuros empreendedores aprendem a gerenciar seus próprios negócios.

Um levantamento da companhia mostra que das 613 pessoas que participaram do programa, 15% decidiram abrir o seu próprio empreendimento e outros 23%, que trabalhavam na informalidade, estão providenciando a formalização da empresa. Trinta e nove por cento dos empreendedores também têm buscado o aprimoramento, participando de outros cursos e até consultorias externas.

O Bom Negócio faz parte do projeto de desenvolvimento econômico do município. Os cursos do Bom Negócio são desenvolvidos durante três semanas, de segunda a sexta-feira. As palestras ficam a cargo de professores do centro universitário UniFae, parceiro do programa.

Para participar, os interessados precisam doar o equivalente a R$ 5,00 em alimentos não perecíveis por módulo. Os alimentos são entregues para pessoas carentes ou instituições assistenciais escolhidas pelos próprios participantes dos cursos. Desde abril, a Curitiba S.A. já arrecadou e doou duas toneladas de alimentos.

O Bom Negócio já envolveu 21 comunidades de Santa Felicidade, Boa Vista, Boqueirão, Alto Boqueirão, Cajuru, Capão Raso, Hauer, Pinheirinho, Sítio Cercado, Tatuquara, Uberaba, Umbará, Novo Mundo, Guaíra, Fazendinha, Fanny e Prado Velho. Atualmente, o programa acontece na Cidade Industrial, Campo Comprido e novamente em Santa Felicidade.

Ainda neste mês o programa chega ao Butiatuvinha e ao Campo Comprido. Até o final deste ano, mais 29 bairros da cidade serão beneficiados.

De operador de empilhadeira a dono de restaurante

Quando pegou em um supermercado o panfleto que anunciava o lançamento do projeto-piloto do programa Bom Negócio, da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (Curitiba S.A.), no Jardim Gabineto, em abril de 2005, o operador de empilhadeira Ademir Carmo da Silva, 28 anos, não sabia que o anúncio mudaria sua vida. Mesmo empregado e ainda freqüentando um curso de mecânica no Senac, resolveu participar do Bom Negócio. Ademir ingressou no programa, assistiu a todas as palestras e abriu um restaurante.

?O Bom Negócio mudou a minha vida?, diz Ademir, feliz por ter se tornado um microempresário. Desde 6 de março, ele administra o restaurante D?Carmo, instalado no centro da cidade. Ademir conta que tinha o sonho de abrir uma panificadora, mas foi na palestra motivacional do Bom Negócio que optou pelo restaurante.

Cada dia mais animado com o que aprendia, Ademir começou a colocar o projeto em prática ainda durante o curso. Chamou a mãe, que era cozinheira profissional, para ser sócia, e depois mandou confeccionar as cadeiras e mesas que seriam usados na instalação do restaurante.

Com as orientações que recebeu na palestra ?Como ser dono do próprio negócio?, Ademir também fez uma pesquisa de campo para escolher o local onde iria instalar o restaurante. ?Não podemos ter apenas o sonho, temos que ter informações e capacidade para colocá-lo em prática?, diz ele.

Depois de decidir pelo centro da cidade, Ademir entrevistou 550 pessoas, que trabalham ou moram próximas à Rua Dr. Muricy, para saber se a região comportaria um novo restaurante, se as pessoas almoçavam na região e o tipo de comida que poderia ser oferecido.

O empreendimento emprega seis pessoas da família. Serve, em média, 140 refeições por dia. Feliz com os resultados, Ademir conta que já pensa em abrir um novo restaurante, também na região central.

Locadora

O Bom Negócio também mudou a vida de Rodrigo Korgut, dono da videolocadora KV, instalada no Jardim Gabineto. Depois de participar do programa, Rodrigo transformou a loja, mudando a cor, o visual, a localização do balcão, a disposição das prateleiras e o acervo, que agora tem mais filmes. A clientela, conta o proprietário, correspondeu ao esforço. Em apenas dois meses, o faturamento da loja aumentou 30%. Com tanto movimento, o microempresário precisou contratar um funcionário.

A videolocadora de Rodrigo Korgut é um exemplo de que, com medidas simples, é possível impulsionar o desenvolvimento. ?Aprendi muita coisa. Além das mudanças no visual, aprendi a fazer as contas da empresa, organizar as despesas e, com isso, ganhar mais poder de negociação?, exemplifica o empresário. Responsável por um negócio que garante o sustento da família, ele se mostra otimista com o futuro.

 

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